domingo, 27 de maio de 2012

Engels e a atualidade


Houve um tempo no qual a classe daqueles que trabalhavam arduamente para sustentar as outras duas não era valorizada. Essa classe exigiu de início maiores vantagens, e conseguiu, em troca de outros favores, certos privilégios. Basicamente, essa foi a burguesia antes da Revolução Francesa (1789), sem prestígio social e dependendo de acordos econômicos e políticos com o Rei e a nobreza. A Revolução, apesar de suas várias fases de liderança, engrenou a burguesia nos ditos e não ditos do país, e afirmou a auto confiança burguesa.

Século XIX, quando o mundo já estava aos moldes do capitalismo, o poder da burguesia tinha função essencial na economia do país, já que era dona dos meios de produção e aquela que comercializava interna e externamente. Inevitavelmente, os países adeptos dessa conduta cresceram, desenvolveram-se muito economicamente e politicamente, mas grande parte da população, a miserável, vivia sob péssimas condições, explorada por um sistema que não lhe dava saída se não trabalhar muito em troca de muito pouco. É baseado nessa realidade que Engels exemplifica a mais-valia, ou seja, o lucro produzido pelo trabalhador e absorvido pela burguesia. Consequentemente, a desigualdade social e econômica aumentou, e o lucro excessivo permaneceu nas mãos de uma parcela pequena da sociedade.

O homem, segundo Engels, saiu do reino animal e se tornou senhor consciente e efetivo da natureza, o poder concentrou-se na arte de transformar a natureza. As desigualdades, a hegemonia, talvez não seriam vencidas se o socialismo tivesse sobressaído no final da “luta de classes”, afinal, o socialismo seria concretizado no poder pela nova classe dominante, o proletariado. Seria o fim das desigualdades? Da dominação? Acredito que não...

Ao final, o que importa, independente do sistema em que se vive, é se o bem estar está sendo proporcionado à nação. Os lucros são de extrema importância para se aprimorar a produção e a infraestrutura, mas o reajuste de salário também é um investimento; a economia em crescimento, o descobrimento do pré-sal, são de extrema importância, mas uma boa e significativa porcentagem desses lucros destinada à educação, à saúde, ao social, é mais glorioso ainda. É custoso de início, é demorado e complicado, porém a melhor forma de crescimento e desenvolvimento é aquela que abrange toda a nação, ou que pelo menos visa ao bem estar social dela; não aquela que foca apenas na economia de mercado mundial.


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