domingo, 20 de maio de 2012

Consciência coletiva


Durkheim, em “As Regras do Método Sociológico”, apresenta-nos o seu funcionalismo social, o qual é baseado na negação dos instintos individuais para contribuir com o organismo social. Essa negação continua sendo ministrada pelas instituições; estas devem moldar o indivíduo para agir conforme a sociedade necessita.
Para o autor, as práticas sociais surgem dessas necessidades e estão vinculadas com o ordenamento social. Para manter essa ordem é preciso que haja sanções, pois aqueles que não cumprem o seu papel, que não agem da maneira correta devem sofrer penalidades a fim de manter a sociedade coesa.
Coesão, este é um ponto importante para Durkheim, pois a necessidade de se manter coesa é que produz o fato social e, para que ocorra essa condição, faz-se mister a inibição dos instintos. A sociedade é, portanto, baseada nestes dois aspectos que a condicionam. Por exemplo, a divisão do trabalho ocorre para que todas as necessidades da sociedade sejam supridas. Não é uma questão capitalista, é a solidariedade, segundo Durkheim. Essa solidariedade seria o “abrir mão” das suas vontades pessoais para atender às necessidades do coletivo, um encaixe perfeito do indivíduo conforme o papel que lhe é designado a fim de manter a harmonia, seguindo a sua função. As instituições podem sofrer modificações de suas funções conforme o passar do tempo sem que se modifique sua aparência.  A Igreja, por exemplo, mantém seus dogmas há séculos, entretanto, não exerce a mesma influência social desde a Idade Média.
Distanciando- se de Comte, mais uma vez, Durkheim coloca que a explicação dos fatos sociais não está na natureza humana conforme dizia aquele, mas sim na natureza da própria sociedade. As transformações sofridas são explicadas por outro fato social, anterior a esta mudança. Portanto, a sociedade representa uma consciência coletiva, não a soma de consciências individuais; somos um todo que age segundo os mesmos princípios, moldados pelas instituições, incapazes de romper o laço que nos une aos fatos sociais.

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