segunda-feira, 21 de maio de 2012

A consciência coletiva e a robotização do ser social


     Os fatos sociais, nomeados na teoria de Emile Durkheim, estão ligados ao funcionalismo das instituições que se relacionam com o indivíduo. Sendo assim, são eles os responsáveis pela manutenção da organização interna da sociedade, regendo o comportamento dos seus integrantes e a relação entre eles. Tal manutenção é tão importante que tornou-se a principal função do Direito, uma vez que ele institui as punições para qualquer ameaça à quebra do equilíbrio da sociedade.
     Entretanto, as práticas instituídas pelos fatos sociais não são fixas, elas se alteram ao longo do tempo, com o surgimento de novos fatos sociais, únicos capazes de mudarem os primeiros. Isso é facilmente observado com a questão da aceitação dos relacionamentos homoafetivos: antigamente, era uma realidade distante, uma vez que, por não poderem gerar descendentes, eram considerados uma quebra da ordem interna e assim, condenados. Hoje, no entanto, são mais aceitos, como pode ser visto nos diversos países que já legalizaram o casamento homossexual e pela mudança na reação da própria sociedade, que está cada vez mais passando a encarar tal situação com normalidade. Existe ainda muito preconceito, mas o processo é de transição para que ele diminua cada vez mais: isso está acontecendo porque um novo fato social está combatendo o antigo.
     Assim, constrói-se a concepção de Durkheim, que a sociedade não é representada pela mera soma das consciências individuais, e sim é a representação da consciência coletiva. Esta configuração da sociedade traz a ela um grande problema, que é a padronização dos seus integrantes. Sendo que o fato social tem como função reger o comportamento dos seres, todos acabam se tornando robotizados, pensando e agindo das mesmas maneiras, julgando que possuem uma consciência própria quando, na verdade, são apenas levados a aderir à uma consciência já pré-determinada e imposta pela coerção social.

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