domingo, 15 de abril de 2012

Uma nova utilização para a ciência


O advento da Idade Moderna trouxe ao mundo uma nova concepção de vida, responsável pela moldura de um sistema extremamente forte, que perdura até os dias atuais – a concepção científica. Desde que “saber é poder”, o homem simplesmente racionaliza, burocratiza, explora e domina. Seus fins são a eficiência, a economia de tempo e recursos, o lucro, e o desenvolvimento de uma tecnologia que parece realmente ilimitada.
Que limites pode haver, afinal, na evolução tecnológica?
A resposta a esta questão reside em algo que, ao mesmo tempo em que dependemos dele, temos a impressão de que ele existe meramente para nos servir, a troco de nada. Trata-se da natureza, com toda sua riqueza de recursos.
Todos os homens dependem da natureza e sua exploração é algo natural, existente desde os tempos primitivos. A partir do homem moderno, entretanto, tal exploração passou a ser doentia, pois o avanço tecnológico e o mercado capitalista assim o exigiam.
É incontroversa a limitação dos recursos naturais, enquanto que o desenvolvimento tecnológico e capitalista parece sem fim. O homem contemporâneo encontra-se em um choque de variáveis que o limitam e fazem nascer uma nova concepção – a da sustentabilidade.
É necessária a preservação da natureza, através da contenção das exploratórias ações humanas, a fim de que as futuras gerações possam sobreviver. Assim como a nossa e todas as que nos antecederam, elas também necessitarão dos recursos naturais.
Chegamos em um ponto em que o colapso do planeta depende também de nossa racionalidade, de toda a tecnologia que o homem é capaz de produzir. A ciência deve ser utilizada também como instrumento de preservação da vida e racionalização de recursos e não mais exclusivamente com fins políticos e econômicos.
Para que isso ocorra é necessária uma mudança de valores, uma série de questionamentos racionais temperados de valoração humana – fraternidade e solidariedade. Desvincular-se do extremo cientificismo nocivo pode requerer uma nova visão holística do mundo e introspectiva do que somos e qual a finalidade da nossa existência.

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