segunda-feira, 30 de abril de 2012

“Tudo é relativo. Eis o único princípio absoluto.”


Augusto Comte, francês nascido em 1857, além de criador da disciplina Sociologia, também é o pai do pensamento positivista. Tal corrente propõe a observação científica da realidade, cujo conhecimento tornaria possível o progresso dos indivíduos e da sociedade como um todo.
Comte acreditava que a observação do convívio social deveria ser interpretada através de um modelo e que, a partir dessa análise, criar-se-ia um processo de evolução e melhoria permanente. A filosofia positivista do autor não admite que crenças, superstições ou religiões sejam capazes de explicar os fenômenos naturais ou sociais, aceitando apenas esclarecimentos por parte de experiências empíricas, previamente observadas, comparadas e classificadas em métodos. Tal visão também não se atém na causa dos fenômenos, mas sim nas leis que os regem: é a investigação do real.
A principal característica do pensamento positivista é a previsão, ou seja, sugere que devemos primeiramente conhecer a realidade em que vivemos para sabermos quais as conseqüências das atitudes que tomamos no presente. Tal característica se sintetiza na frase “ver para prever, a fim de prover”, de Comte.
O positivismo também teve forte influência no Brasil, como pode ser visto até mesmo no maior símbolo pátrio do país, a bandeira nacional, onde as palavras “ordem e progresso” são de evidente crédito positivista. A filosofia positivista também marcou presença na música brasileira, principal meio cultural do país, como pode ser visto na música “Positivismo”, de Noel Rosa e Orestes Barbosa: “A verdade, meu amor, mora num poço. É Pilatos, lá na Bíblia quem nos diz. Também faleceu por ter pescoço o (infeliz) autor da guilhotina de Paris. Vai, orgulhosa, querida, mas aceita esta lição: no câmbio incerto da vida, a libra sempre é o coração. O amor vem por princípio, a ordem por base. O progresso é que deve vir por fim. Desprezaste esta lei de Augusto Comte e foste ser feliz longe de mim.”

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