segunda-feira, 16 de abril de 2012

Das Revoluções Científicas

    "Eu acho que enquanto continuar a ver as coisas nessa velha ótica patriarcal, Cartesiana, Newtoniana... Deixará de ver o mundo como realmente é. Você, eu, todos nós precisamos de uma nova visão de mundo..."
Personagem Sonia Hoffman (cientista).


    O filme 'Ponto de Mutação' critica o pensamento científico construído nos últimos séculos por buscar em demasia a especificidade, perdendo-se a ideia do todo e prejudicando assim sua visão do quadro geral. Sugere então, ainda que superficialmente, a mudança para um pensamento denominado 'Holístico', com um foco um pouco mais orgânico e global.
    Talvez mais importante que as sugestões específicas do filme seja perceber que este entrave (onde a antiga visão de mundo já não serve aos fins práticos e colide com novas maneiras de se pensar) é recorrente, ouso dizer cíclico. Pensar o mundo como plano não impedia os homens de plantarem, viverem e 
disseminarem seus descendentes. O mesmo como esfera, porém, deu-nos o poder de orbitar aparatos em torno dele para que melhor pudéssemos plantar, viver e disseminar nossos descendentes. Com então a visão de um universo que independe de nosso planeta como seu eixo principal, modificamos a gama de oportunidades futuras de plantar, viver disseminar nossos descendentes. Ainda que com exemplos superficiais, a estas formas de pensar, ou modelos, chamaremos de Paradigmas*. Entendendo que não haja modelo definitivo como devemos então nos portar perante tais, cada vez mais frequentes, embates entre paradigmas?
    Primeiramente é importante ter para si, como homem consciente de seu contexto histórico, que tais movimentos são voláteis e buscar um modelo que compreenda o máximo possível de observações coerentes sem se ater fortemente a ele. A resposta para a constante mudança de paradigma, vinculada as proezas técnicas de nossa época, é ser a Metamorfose Ambulante de Raul Seixas enquanto alicerçado na pedra fundamental do pensamento cientifico: a busca pelo saber prático.                                            
 [* vide: A Estrutura das Revoluções Científicas (Thomas Kuhn, 1962)]

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