sábado, 17 de março de 2012

Pensar para existir



René Descartes, com seu método cuja base era a razão, deixando de lado o dogmatismo de sua época e pregando uma ciência ao alcance de todos, inova e dá início à filosofia moderna com a célebre frase: “Eu penso, logo existo”. Frase na qual está implícito que a essência do homem está no ato de pensar e que para esse ser alguém não há necessidade de mais nada, além disso.
O grande progresso da ciência no mundo contemporâneo e a maior facilidade de acesso ao conhecimento advêm do método narrado por Descartes em “O Discurso do Método”. Tal método, segundo o filósofo, poderia ser utilizado por qualquer ser humano por esse possuir a razão, o bom senso, o que o diferenciava dos animais.
Porém, todo homem tem a oportunidade de pensar e sendo assim existir?
Em pleno século XXI, em todo o mundo, um número muito elevado de indivíduos vive precariamente; milhões de pessoas passam fome, não possuem moradia, não têm acesso à saúde, não têm acesso à educação e consequentemente é elevado o número de analfabetos; tal quadro social pode se exemplificado pela África subsaariana, que sofre as conseqüências de sua colonização até os dias de hoje e é uma das áreas do globo em que predomina a extrema pobreza. Pessoas que vivem desse modo, apenas lutam, como animais, por sua sobrevivência; entretanto , animais são desprovidos de racionalidade enquanto tais pessoas apenas são impedidas de fazer uso da sua. E, partindo do pressuposto que para existir há necessidade de pensamento, perante a sociedade tais seres humanos passam a não existir.



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