quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Até quando?

O uso predatório do meio-ambiente tem sido mostrado com maior evidência nos últimos anos, bem como todos os malefícios conseqüentes. Com esse sinal de alerta, a sociedade parece se encontrar dividida em alguns grupos de posicionamento sobre o assunto. Há quem acate com o uso indevido dos recursos naturais; quem não demonstra interesse algum pelas causas ou conseqüências; e, finalmente, aqueles que buscam mudar a realidade pra mudar, também, o futuro. É então que me pergunto: em qual desses “grupos” me encaixo?

É notório, pelo menos a mim é muito claro, que não adianta “assistir” aos acontecimentos como se nada fosse fazer diferença em sua vida. Talvez não faça de imediato, mas o que esperar do futuro? O discurso de “não devemos ficar parados” é pra ser levado a sério, tornar-se prática cotidiana, pequenas mudanças de atitude fazem sim diferença.

A partir de considerar meu papel individual na transformação desse quadro, tive consciência de que minha atuação pode não restringir-se ao âmbito pessoal. Como futura profissional do Direito, vejo possibilidades infinitas como agente transformadora dessa realidade. Os valores que me acrescento como discente serão levados comigo talvez pelo resto de minha vida, influindo sobre minhas decisões pessoais e certamente as profissionais também.

A tutela do Direito Ambiental sobre a relação humana com a natureza influi diretamente no dia-a-dia da sociedade, uma vez que trata também de questões “básicas”, como questões de urbanismo. Acerca deste ponto que quero tratar como praticante do Direito enquanto ciência humana aplicada. Análises e teorias de como a Humanidade está prestes a ruir com o irresponsável relacionamento com a natureza (uso indevido de recursos, desmatamento, interferência em áreas protegidas etc.) não são suficientes para mudar este tão temido destino. É preciso fazer uso dos instrumentos que estão ao nosso alcance enquanto agentes transformadores da sociedade que somos, eu e outros futuros juristas, para que essa realidade seja, de fato, transformada.

O verdadeiro indivíduo Consciente é aquele que não colabora com práticas que vão de encontro ao ideal de sustentabilidade. Não se permite vender assinando contratos com empresas que burlam suas responsabilidades sociais, entre elas a ambiental; não cria nem consente com leis que favoreçam o lucro em detrimento de grupos sociais dependentes dos recursos naturais, como os índios; não tapa os olhos e se finge de morto quando se depara com entraves burocráticos que inibem o desenvolvimento sustentável de alguma forma.

Os grandes conglomerados empresariais fazem uso de sua força capital para passar por cima de uma coexistência racional entre homem e natureza. Mesmo relações jurídicas ilícitas são negociadas para se atingir um único fim: acúmulo de dinheiro. Até quando?

A resistência contra essa “bola de neve” cabe aos pequenos atos cotidianos. Quanto aos profissionais do Direito, ciência transformadora da sociedade, cabem posicionamentos firmes, em defesa da sustentabilidade, contrários aos interesses privados de uma minoria.

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