segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Justiça Real

O filme norte-americano "Law Abiding Citizen"(traduzido no Brasil como "Código de Conduta" e em Portugal de maneira mais acertada como "Um Cidadão Exemplar") mostra até que ponto o desejo de vingança pode chegar. Primeiramente, a vingança a que faço referência pode ser entendido como uma tentativa do personagem Clyde de fazer "Justiça com as próprias mãos". Mas, ele próprio se torna um assassino, talvez tão perverso como aqueles mataram sua esposa e filha. Então, o filme aborda uma visão distorcida de Justiça e que pra maioria dos espectadores pode ser a mais correta. Porém, não se pode crer nesse tipo de Justiça, já que ela é movida pela paixão de homem mentalmente instável, a verdadeira justiça é superior a mera consciência coletiva, pois do contrário estaríamos sujeitos a vingança que não se resumem a pessoa que causou o mal, mas a sua família e outros inocentes.
Já nas primeiras cenas do filme podemos perceber a razão da faixa etária ser restrita para menores de 16 anos. Na primeira parte do filme encontramos o protagonista Clyde Shelton sendo um fraco, impotente perante a violência destruidora que mata sua família. Também vemos o promotor Nick Rice, se mostrando um arrogante, que se importa mais com suas condenações do que com a própria justiça. É um pouco antes da segunda parte do filme, dez anos depois da condenação dos assassinos da família de Clyde, que ocorre uma das cenas mais interessantes do filme, o promotor público Jonas diz a Nick que na Roma antiga um dos servos de César deveria ficar ao seu lado dizendo:"Você é apenas um homem!". Talvez sem a arrogância de Nick, não iria ocorrer a vingança desproporcional feita por Clyde.
Durante dez anos Clyde, um verdadeiro gênio e um inventor, arquitetou uma vingança tão complexa como bem elaborada. Podemos afirmar, que a segunda parte do filme é uma amostra do que a genialidade pode fazer quando movida pelo ódio. Vemos uma vingança tão surpreendente, que no começo o espectador é levado a dar razão para Clyde, mas com o passar do filme percebemos que essa vingança é uma onda que arrasta tudo e todos relacionados ao crime, depois da morte dos inocentes não sabemos mais qual lado tinha a razão.
No Brasil somos sempre levados a crer em uma impunidade geral, o que é bem verdade. Nunca o direito penal conseguira alcançar todos os crimes! E, nunca, a Justiça total será feita, pelo menos uma das partes será lesada de alguma forma, mas na verdade na maior parte dos casos todas as partes são!
A beleza do Direito é essa eterna procura pela real forma de alcançar a Justiça, uma deusa, sempre escondida no meio da multidão, a escória do planeta, a humanidade. Somos falhos, mas somos reais.

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