Weber se preocupou muito com a essência do conhecimento, incluindo a ciência jurídica, e em como construir o conhecimento dentro das ciências sociais. Procurou aprofundar sua análise ao afirmar que muito do conhecimento parte da assimilação do abstrato, que é de onde surge o pensamento racional.
Ele compreendia a ação social como algo guiado por valores, e possuia a perspectiva de uma única lei histórica: a de que as ações humanas possuem raízes irracionais; ao contrário de Marx, que acreditava ser a Economia a única guia para as relações humanas.
Weber afirmava que, para além da racionalidade capitalista, existe anteriormente uma raiz imaterial que predispõe os homens a racionalizar a vida. Por exemplo,a racionalização do trabalho provém da ambição pelo lucro. Pode-se citar a crença protestante na predestinação, pela qual os crentes se sentem na função de almejar um trabalho que lhe rende frutos materiais, pois devem tornar concretos os sinais recebidos por Deus de que eles foram os 'escolhidos'. Um símbolo caricaturado dos protestantes é o personagem da Disney, Tio Patinhas, que deixa a ambição sempre se sobrepor a qualquer outro valor
No que Marx vê racionalização, Weber vê uma semente irracional. São as raízes irracionais que levam os homens a possuir determinado tipo de conduta.
A perspectiva da sociologia weberiana não é partir de leis já estabelecidas, mas apreender o sentido da ação social humana [sociologia compreensivista = compreender a ação social, que é movida por valores, e não somente por uma força que emana da estrutura da sociedade].
Weber critica a receita pré-estabelecida do materialismo histórico, que deriva das determinações econômicas. Não que ele não de atenção às determinações econômicas, mas acredita que elas não definem todos os aspectos da ação social humana. Para ele, existe uma aplicação forçada do materialismo histórico às análises sociológicas.
Em sua teoria, Weber acredita existir uma margem para que o indivíduo deixe superar a coletividade pelos seus valores, o que não acontece na concepção marxista. É a teoria chamada Individualismo Metodológico, e com isso a sociologia weberiana supõe conseguir apreender melhor a realidade concreta.
Weber faz uma crítica à objetividade, pois acredita ser impossível ao homem fugir de suas paixões, de sua subjetividade. É algo que deve ser domado a todo o momento pelo cientista, ou seja, deve controlar seus juízos de valor [auto-superação dos juízos de valor próprio para olhar para os juízos de valor do indivíduo analisado] . Para sua análise, deve-se analisar o individuo não a partir da perspectiva do cientista, mas a partir da perspectiva dos valores que orientam os atores. Se se analisa um movimento revolucionário é para compreendê-lo dentro de seus valores específicos que orientam os homens que se engajam nesse movimento, e não para julgá-lo.
Enfim, a produção teórica de Max Weber no âmbito da Sociologia é de grande valor e extensão, podendo ser aplicada ao contexto atual sem prejuízo de suas intenções primeiras.
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