terça-feira, 28 de junho de 2011

O Manifesto e sua visão da história

O Manifesto Comunista faz uma breve análise da história humana que traz, no seu desenrolar, a abordagem teórico-política que marcou os nomes de Marx e Engels para a eternidade.

O primeiro ponto a ser abordado, que serve também como base para todo o resto do livro, é a luta de classes. Esse princípio não é presente apenas na construção da nossa sociedade. Como o próprio Manifesto diz: "A história de todas as sociedades que já existiram é a história da luta de classes". Uma luta que gira em torno de um opressor e oprimido, e que, como pôde-se observar, só conduz a dois finais. Ou uma revolução, ou simplesmente a ruína de quem estiver nessa luta.

A partir daí é que entram, no discurso do Manifesto, o Capitalismo e a burguesia. A burguesia nasce da ruína do feudalismo e de forma alguma elimina os conflitos de classes, as diferenças. Na verdade, somente criam-se novas classes, novas formas de opressão, enfim, novas disputas, em lugar das antigas. Marx e Engels nos contam como o sistema feudal, incapaz de satisfazer a demanda dos mercados que iam surgindo, foi substituído pelas manufaturas. Porém, a expansão da demanda foi sendo tão crítica que nem mesmo essas foram capazes de se manter, e é aí que surgem as máquinas e indústrias modernas.

Esse relato mostra como nasce essa necessidade burguesa de constante evolução, de constante mudança. "A necessidade de um mercado em expansão constante para seus produtos persegue a burguesia pelo mundo." Essa necessidade muda completamente o mundo e tudo que nele reside. A burguesia "cria um mundo a sua imagem", conquista autoridade política exclusiva, enfim. Esse percurso todo, porém, chega num fim trágico, e esse é um dos pontos chaves do discurso do Manifesto. No olhar dos dois pensadores, a sociedade havia chegado num ponto em que tudo existia em excesso. Civilização, meios de subsistência, comércio, indústrias...e tudo isso apontava para uma crise burguesa, uma crise do mundo que esses burgueses construíram. É como se o feitiço tivesse virado contra o feiticeiro, e assim, da mesma forma como o feudalismo foi abatido, a burguesia agora se vê no mesmo caminho. Ela criou a própria antítese: o proletariado. A classe que irá "empunhar armas" nessa luta, a Revolução Socialista.


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