domingo, 12 de junho de 2011

O Manifesto da Revolução

Partindo de outras obras de Marx, como O Capital, para analisar o contexto mais corretamente podemos entender a importância e necessidade do Manifesto Comunista na época em que foi confeccionado. Marx afirmou em O Capital que o regime capitalista é revolucionário por duas razões. A primeira delas é o fato de a burguesia, com suas virtudes, ter aumentado os meios de produção em um século mais do que a humanidade fizera em milênios, fato esse que Marx exaltava de certa maneira. A segunda é a própria base revolucionária do sistema, que passa por uma transformação incessante, conquistando, expandindo e trocando de rumos e setores de acordo com as variações do mercado.

Essa transformação incessante dos meios de produções seria, para Marx, fecunda e necessária, mas isso se dá à custa dos operários. Ele diz isso porque os operários se especializam em apenas uma parte limitada da produção, correndo risco de perder seu meio de subsistência ao serem substituídos por máquinas, por exemplo. Os economistas respondem a isso afirmando haver ‘compensação’, ou seja, sempre que se criam novos empregos para absorver essa classe, mas Marx diz que isso só ocorre em longo prazo e acaba gerando grande numero de desempregados, o exército de reserva industrial.

Tendo esses aspectos da situação econômica e social em mente, surge o manifesto comunista, partindo de uma análise histórica que distingue a opressão exercida pela burguesia moderna. É possível assimilar que o texto contribuiu de forma muito significativa na busca pela solução de problemas como a miséria, a exclusão de uma massa marginalizada pela sociedade e a exploração do trabalho.

O manifesto critica veementemente o modo de produção do sistema capitalista e as conseqüências à sociedade, que acabou por se moldar por meio desse modo. A intenção era instigar o proletariado a uma organização como classe social capaz de reverter a ordem vigente em favor de sua situação e, para isso, o texto define os princípios do socialismo científico.

A revolução partiria da luta embasada no conhecimento histórico da organização social, com vistas à abolição da propriedade privada, o que acabou por gerar diversas interpretações errôneas acerca dos objetivos finais da implementação do comunismo. Afinal, este não privaria o poder de apropriação dos produtos sociais, e sim anula o poder de submissão do trabalho de outros proveniente dessa apropriação. Enfim, a separação social em classes ruiria assim como a opressão do poder público, culminando com a criação da sociedade comunista.

Em suma, o Manifesto Comunista visava desconstruir a sociedade burguesa, substituindo-a por uma associação de pessoas na qual o livre desenvolvimento de cada um de seus membros seria a condição para o simultâneo desenvolvimento de todos os outros.

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