quinta-feira, 2 de junho de 2011

O Capitalismo e seus impactos sociais


A Revolução Industrial modificou a estrutura sócio-econômica da Europa, e, posteriormente, do mundo, com a passagem do capitalismo mercantil para o capitalismo industrial. A introdução da máquina provocou o expurgo dos camponeses em direção às cidades, que não conseguiram absorver tamanho contingente populacional, a exemplo dos cercamentos na Inglaterra.

A mecanização das forças produtivas trouxe profundos impactos sociais e familiares devido à reificação do proletariado que ela promoveu. Condicionados às vilas proletárias, sem condições dignas de vida, os proletários se empobreciam à medida que a acumulação capitalista se ampliava, no chamado processo de “pauperização” com o qual Marx trabalha. Ele defende a constante intensificação da mais-valia, com a qual o capitalista é favorecido sempre em detrimento do proletário.

A pauperização e o desemprego contribuem para a modificação das relações familiares e sociais. As longas jornadas de trabalho provocam o distanciamento entre os membros da família e entre os membros da própria sociedade, além do esgotamento físico e psicológico, afetando também a divisão sexual do trabalho então vigente. Os baixos salários geravam a necessidade de complementação da renda familiar pelas mulheres e crianças; as mulheres passam a levar uma jornada dupla de trabalho – nas fábricas e no lar – e se distanciam de seus filhos.

As crianças são forçadas a ingressar precocemente no mercado de trabalho, no qual exercem funções degradantes, inadequadas para sua faixa etária, o que se assemelha ao trabalho escravo. Marx lembra que muitas crianças eram traficadas ou alugadas por seus pais e orfanatos, criando um grande círculo de exploração infantil, muitas vezes anunciada até em jornais.

Tudo isso contribuiu para a deterioração da educação, que já não é mais considerada prioridade, em função da acumulação do capital e da exploração gerada por ela, ensejando uma cultura de consumo e exploração que promove a decadência da cultura das sociedades.

Vale lembrar que houve alguns movimentos em prol de modificações da estrutura capitalista, como o ludismo (quebra das máquinas) e cartismo (movimento operário organizado por maior participação política), mas que ficaram apenas na história, sem obterem grandes resultados.

No entanto, o regime capitalista modificou-se, uma vez que atualmente há leis trabalhistas e políticas sociais que barram parte da brutalidade do sistema, no chamado “Estado de bem-estar social”. Ainda assim, permanece a tendência de esfriamento dos laços familiares e sociais.

Grupo: Ana Cristina Alves de Paula
Edilberto Marassi
Gabrielle Ota Longo
Henry Suzuki

Tema da discussão: Família e relações socias

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