"Em uma palavra, [a burguesia] substituiu a exploração velada por ilusões religiosas e políticas, pela exploração aberta, impudente, direta e brutal." É dessa forma que Marx e Engels se referem a essa camada da sociedade chamada burguesia, contra a qual lutam e pretendem ensejar uma reação social, munidos pelo seu Manifesto Comunista.
Em oposição ao poder e à exploração burguesa do proletariado, Karl Marx e Friedrich Engels elaboraram "O Manifesto Comunista" para gritar aos quatro ventos e tentar chamar a atenção da população para essa relação desigual existente entre a burguesia e a classe trabalhadora, opressores e oprimidos, respectivamente. Os proletários de todos os países são convocados a se unirem e a lutarem contra a opressão que sofriam; esta relação entre dominantes e dominados apenas pode ser desfeita, segundo Marx e Engels, através da derrubada violenta de todas as condições sociais existentes e da tomada do poder pelo proletariado.
Neste sentido, os comunistas lutam para alcançar os objetivos imediatos, ou seja, para dar força aos interesses momentâneos da classe trabalhadora e, para que esta saia da sua posição desfavorecida e possa almejar uma situação de mais igualdade e menos opressão.
Marx e Engels não poderiam supor, no entanto, que as tais contradições intrínsecas ao capitalismo, que seriam, segundo eles, responsáveis pela culminação da exploração e, consequentemente, pela ocorrência da esperada revolução social, seriam dribladas pelo consumismo e pela vontade da antítese de também fazer parte da tese.
Embora existam pessoas, e não são poucas, que acreditam que a nossa sociedade, em breve, viverá a revolução social - aquela velha conhecida ideia de Marx, explicada acima - , as relações sociais estão muito bem integradas e, apesar de haver diferenças sócio-econômicas entre os indivíduos, estes, independentemente da classe social da qual fazem parte, querem consumir. Esses mesmos indivíduos que clamam pela revolução e pela ascensão da classe trabalhadora, liderados por ideais socialistas não se privam, muitas vezes, das roupas da moda, dos tênis de marca, dos alimentos rápidos das grandes redes e dos equipamentos tecnológicos cada vez mais avançados.
Atualmente, não se luta para suprimir a tese, mas para incorporar-se a ela. A antítese, mesmo em desvantagem, está mais integrada às inovações tecnológicas e, podendo consumir, ao menos um pouco, não se revolta contra a tese, ao contrário do que previa Marx e Engels. Na verdade, a antítese quer fazer parte da tese, quer incorporar direitos dentro do Estado capitalista. Essa nova antítese, pacífica e consumista, certamente, seria uma decepção para os espíritos revolucionários marxista e engeliano.
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