quinta-feira, 2 de junho de 2011

Família/Relações Sociais

Karl Marx dividia as esferas da sociedade em ‘Estrutura’ – a base material que compreende as relações de produção - e ‘Superestrutura’ – tudo o que deriva da estrutura, e é influenciado por ela (cultura, religião, política, Estado etc.). Sendo assim, as relações familiares, que fazem parte da Superestrutura, estão submetidas à lógica da Economia (Estrutura).

O surgimento do Capitalismo e as alterações provocadas por esse sistema transformaram a dinâmica familiar, tornando todos os membros da família, sejam eles homens, mulheres ou crianças, força de trabalho em potencial. Esse fato acabou por usurpar o sentido da família existente até então.

O valor do trabalho passa a estar vinculado ao tempo de trabalho, não somente à sua qualidade, fazendo com que os trabalhadores fossem submetidos a uma exploração sem limites, enfrentando jornadas de trabalho que se estendiam por um longo período do dia. Sendo o trabalho exploratório o único meio de sobrevivência, cada membro da família exercia uma função ou era inserida em um cargo.

A ânsia dos detentores dos meios de produção para que ela fosse intensificada impulsionou o desenvolvimento tecnológico. Ao longo do tempo, portanto, o trabalho braçal foi substituído pela maquinaria. O trabalhador passa a ser o apêndice da máquina, sendo que sua função passa a ser de controlá-la. Assim, “a maquinaria desde o início amplia o material humano de exploração, o campo propriamente de exploração do capital, assim como ao mesmo tempo o grau de exploração.” (MARX, Karl. “O capital”)

Na concepção de Marx, as relações sociais não passam de relações econômicas. Dessa maneira, o âmbito econômico regia o âmbito social. Da época da análise de Marx até os dias atuais, o Capitalismo se modificou, o que garantiu sua sobrevivência como modo de produção predominante. Sua estrutura, no entanto, conservou-se. Ainda hoje as relações econômicas determinam as relações sociais.

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