terça-feira, 28 de junho de 2011

É ciência, não religião

Max Weber fez em seu texto "A "Objetividade" do conhecimento na ciência social e na ciência política" uma análise em que foi avaliado principalmente o advento do conhecimento dentro das ciências culturais.

A principal crítica de Weber remete aos dogmas existentes na ciência. Para ele, não devem surgir dentro do campo científico verdades absolutas, através das quais "receitas" para seu exercício na prática são retiradas. Entre os dogmas aí rejeitados, está o materialismo histórico, que associa toda a realidade histórica da humanidade a sua respectiva realidade econômica. Para Weber, no entanto, a realidade econômica é apenas parte de toda a evolução cultural da civilização, e a tentativa de associar um denominador comum a toda ciência social não pode ser aceita.

Weber pretende pesquisar a influência da economia na história da sociedade de forma mais concreta, e para isso, determina distinções entre os problemas econômicos sociais. Para ele, os objetos socioeconômicos são: efetivamente econômicos, economicamente determinados, ou economicamente relevantes.

Para o autor  a ciência ainda deve ter um caráter universalista. Os juízos de valor existentes em cada cientista não são por ele negados, ao contrário, são vistos como ponto de partida da construção científica. Porém, esses juízos de valor possuem um caráter pessoal e subjetivo, não podendo, portanto, constituir as ciências empíricas.

Em sua obra Weber analisa a função das leis desenvolvidas na ciência, e dá a elas a importância de "meios" para a construção científica, e não mais de "fins" da ciência. Para ele, posteriormente à construção das leis deve haver uma análise da combinação das mesmas, seguida por conexões anteriores (remetendo ao passado) e finalmente deve ser analisada sua aplicabilidade no futuro.

A construção de um tipo ideal é finalmente a mais eficiente ferramenta metodológica para análise na visão de Weber. Esse tipo ideal é na verdade uma utopia que não representa o "dever ser", mas sim aquilo que é objetivamente possível. A verdade científica é, portanto, obtida a partir da comparação entre o idealizado e o empírico, entre os fatos e os tipos ideais.

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