Este é um espaço para as discussões da disciplina de Sociologia Geral e Jurídica do curso de Direito da UNESP/Franca. É um espaço dedicado à iniciação à "ciência da sociedade". Os textos e visões de mundo aqui presentes não representam a opinião do professor da disciplina e coordenador do blog. Refletem, com efeito, a diversidade de opiniões que devem caracterizar o "fazer científico" e a Universidade. (Coordenação: Prof. Dr. Agnaldo de Sousa Barbosa)
sábado, 18 de junho de 2011
ASCENÇÃO E QUEDA DA BURGUESIA
O Manifesto Comunista, um dos principais textos políticos da história, elaborado por Karl Marx e Friedrich Engels, divulgou o socialismo e o comunismo para o mundo ao abordar a luta de classes e realizar uma crítica ao capitalismo e à burguesia.
Segundo os autores a história é determinada pela luta de classe, existindo permanentemente duas classes em oposição e em disputa, sendo que ao final desse embate sempre ocorre uma revolução altamente transformadora. A burguesia, atual classe dominante, no passado subjugou a aristocracia e atualmente se encontra em oposição ao proletariado, classe que ela oprime e explora.
Ao final da Idade Média surgiu a burguesia que, com sua atividade comercial ao longo dos séculos, enriqueceu e acumulou capitais, porém com o tempo a manufatura não era mais suficiente para suprir as suas demandas comerciais, assim surgiram as fábricas com sua produção maciça e em escala. Tais indústrias possibilitaram o aumento ainda maior do comércio, que se expandiu de maneira estrondosa por todo o mundo, logo a burguesia deixou para trás todas as demais classes da Idade Média.
Com sua supremacia a burguesia não só conquistou o domínio econômico, mas também o domínio cultural, intelectual e político, tudo isso graças à habilidade burguesa de empreender e inovar, com aumentos constantes da produção e melhorias dos produtos de origem fabril. Com a revolução produtiva a burguesia também revolucionou todas as relações da sociedade, logo a necessidade de constante expansão da produção leva a burguesia a se instalar em todas as regiões do mundo gerando uma cultura global.
Assim, a burguesia tem o poder de arrastar todas as sociedades para o seu modo de civilização, não conhecendo fronteiras para a expansão econômica. Como consequência de todo esse poderio econômico a burguesia obteve o domínio politico e assumiu o poder isoladamente e consolidou o modo capitalista de produção por todo o mundo. De tempos em tempos, porém, a burguesia se vê imersa em crises, que destroem boa parte das forças produtivas acumuladas, essas crises são chamadas de crises de superprodução.
Em oposição à burguesia temos o proletariado que, devido ao desenvolvimento do modo de produção burguês, é tido como uma mera peça da maquinaria, recebendo como salário apenas o suficiente para a sua sobrevivência e, assim, conforme o trabalho aumenta o salário diminui. Dessa forma, os operários insatisfeitos se unem em sindicatos e associações contra a burguesia, para se protegerem contra os abusos dos capitalistas. Com o tempo essa união, cada vez mais forte, derrubará a burguesia e o capitalismo e instaurará a ditadura do proletariado criando uma sociedade verdadeiramente socialista, que com o tempo tenderá a se transformar em comunista.
Portanto, podemos dizer que O Manifesto Comunista, cumpriu o seu objetivo ao ecoar as ideias socialistas e comunistas por todo o mundo, inspirando manifestações e revoluções, que, em alguns casos, chegaram a derrubar a ordem vigente e implantar as concepções marxistas. Hoje, porém, sabemos que para a conquista de uma sociedade mais igualitária, a revolução não é mais o caminho, mas continua sendo importante que os cidadãos se unam e lutem pelos seus direitos e pela sua dignidade. Talvez jamais alcançaremos uma sociedade totalmente igualitária, mas com as devidas mudanças, poderemos viver em uma sociedade onde exista oportunidade para todos e que os cidadãos possam usufruir de uma vida digna e feliz.
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