segunda-feira, 30 de maio de 2011

Revolução Axiológica

A sociedade atual, baseada nas inúmeras inovações tecnológicas, no lucro, na propriedade, no acúmulo de capitais e bens, no consumo, no desenvolvimento, indubitavelmente é responsável por avanços materiais e intelectuais ímpares. Colocou-nos num patamar científico-tecnológico elevadíssimo. Porém, em contraste com todo esse avanço nota-se, concomitantemente, uma imensa onda de desabrigados, mortos de fome, desempregados, analfabetos, vitimados de guerras, explorados. Como é possível a coexistência de realidades tão distintas e contrastantes e o que determina isso? Até que ponto esse desenvolvimento pode ser considerado globalizado?

A visão capitalista atual parece só enxergar sua própria individualidade, suas necessidades e vontades, suas metas e ambições. Além de seu próprio mundinho egoísta tudo é penumbra. Não se questiona mais o bem estar social se não para fins retórico-discursivos. O capital parece ter substituído os valores, a moral humana. A humanidade passou por um processo de reificação e nem se deu conta disso, da insensibilidade que hoje permeia seus dias.

Ver um mendigo na rua não causa mais espanto, crianças pedindo dinheiro no semáforo são delinqüentes, os desempregados, vagabundos. Esse é o tipo de discurso proveniente de pessoas que têm a intenção de se isentar de culpa, fugir da responsabilidade e da reflexão. Não é normal e muito menos aceitável que algumas pessoas tenham tanta fartura e outras tanta escassez.

Dentro desse contexto, vejo em Marx e Engels uma visão muito mais humanitária e solidária em relação à sociedade; sua proposta de sociedade igualitária, sem luta de classes, sem exploração, o socialismo puro. Diferente do capitalismo que é fundado no individualismo, o socialismo científico prega o coletivismo. Uma vida mais justa e digna a todos em detrimento do enriquecimento particular e satisfação pessoal passando por cima de tudo e todos.

O capitalismo é como uma corrida sem fim e cada um a faz sozinho, empurrando e passando o pé no da frente para cair. Por que não nos abraçarmos, lado a lado, para que a linha de chegada seja alcançada por todos ao mesmo tempo? Por que não olhar para trás e dar de beber àquele que tem mais dificuldades na corrida para, no final, comemorarmos juntos a chegada?

Acredito que antes mesmo da discussão de qual o melhor sistema econômico é necessária a retomada dos valores pela sociedade pois, sem isso, a implementação de uma sociedade sem desigualdades nunca se concretizará. Porém, é mais que evidente que a existência de uma sociedade igualitária é demasiadamente incompatível com os moldes e valores capitalistas atuais. Isso é fato.

Nenhum comentário:

Postar um comentário