Ao ler o texto "O que é fato social?" de Èmile Durkheim, observa-se sua influência sobre dois dos grandes pensadores da educação moderna: Jean Piaget e Lev Vygotsky. Ambos nasceram em 1896, porém Vygotisky faleceu as 37 anos. Piaget viveu até 1980.
Interessante que os dois desenvolveram simultaneamente o mesmo tipo de estudo, levando para a educação a visão de Durkheim sobre a influência dos fatos sociais na vida dos indivíduos.
Além da influência sobre a educação, pode-se estabelecer um paralelo do trecho a seguir, extraído do texto "O que é fato social?" com o princípio da impessoalidade, consolidado no artigo 37 da Constituição Federal.
"Precisamos limpar toda a mente de prenoções antes de analisarmos fatos sociais. Essas “noções vulgares” desfiguram o verdadeiro aspecto das coisas e que nos confundimos com as verdadeiras coisas. As prenoções são capazes de dominar o espírito e substituir a realidade. Esquecidas as prenoções devemos analisar os fatos sociais cientificamente."
Ao evocar a impessoalidade no âmbito dos Três Poderes, a Constituição obriga os administradores públicos a agirem de modo durkheimiano, analisando os fatos sociais como coisas, despidos das "noções vulgares", agindo cientificamente. Portanto, não seria exagero dizermos que o pós-positivismo de Durkheim superou o âmbito da sociologia e passou a ser uma questão de ética.
Vemos, então, a grandeza da obra deste grande cientista social e sua importância para o desenvolvimento das Ciências Sociais a partir do século XX.
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