Em sua obra "A função da divisão do trabalho- Capítulo primeiro: Como determinar essa função", Émilie Durkheim expõe que a divisão do trabalho é capaz de aumentar a força produtiva, de incutir nos indivíduos uma consciência coletiva e produzir complementos a partir da junção de indivíduos diferentes.
Tais funções são fundamentais para que otimizar a produção material da sociedade e para a estabilidade da coexistência de pessoas diferentes em uma mesma sociedade. Entretanto a divisão do trabalho comumente está vinculada a um modo de produção, e a consciência coletiva por ela suscitada pode levar à resignação dos trabalhadores à sua respectiva função dentro do processo produtivo, o que dá margem à dominação ideológica e pode propiciar a exploração do
trabalhador.
Na referida obra, Durkheim discute a a ideia de solidariedade coletiva, que apresenta dois aspectos: a tendência geral à sociabilidade e as formas de solidariedade. Segundo o autor em questão, a primeira característica se manifesta da mesma forma em todas as sociedades de todos os períodos. Já a segunda pode apresentar diversas formas particulares a depender do meio social (casa, ambiente de trabalho, entre outros) e da época. Durkheim sustenta que para o estudo da solidariedade coletiva é preciso analisar os dois aspectos de que ela se constitui, bem como as condições sociais às quais ela está ligada. Caso se proceda somente ao exame do primeiro, não é possível dar uma explicação completa do referido fenômeno social. Com essa proposição, o autor convida os possíveis interessados em empreender o mencionado visualizar como a solidariedade coletiva se manifesta na prática. Além disso, Durkheim, ao se referir às condições sociais, revela à importância de compreender as diferentes sociedades e meios sociais segundo suas respectivas lógicas, o que pode evitar análises inadequadas, baseadas em idéias vinculadas a contestos diferentes do analisado.
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