domingo, 15 de maio de 2011

Dividir para Integrar

Quando analisamos a função da divisão do trabalho, na obra “A função da divisão do trabalho”, de Durkheim, podemos compreender, primeiramente, qual a ideia de “função” para o autor em questão. Émile entende que “função” é o papel que algo cumpre na sociedade, é a necessidade a que algo se relaciona em nosso meio social.

Em um primeiro momento, poderíamos tentar entender a funcionalidade da divisão do trabalho pelo prisma econômico. Poderíamos achar que dividir o trabalho é quase o sinônimo de repartir os meios de se produzir e de se comercializar produtos. Poderíamos, mais ainda, pensar nela como uma alienadora dos trabalhadores.

Retirado de: http://www.historiadigital.org/2009/06/questoes-do-enem-2001-divisao-do.html, em 15/05/2011, às 22h30min.

Tal visão não estaria de todo errada, mas se afastaria da ideia central de Durkheim. Para tal filósofo, a civilização industrial se edifica indiferente a princípios morais. Assim, se a base da divisão do trabalho fosse a civilização industrial unicamente, tal divisão acabaria por não conter princípios morais também.

E Émile entende que a divisão do trabalho carrega uma série de valores referentes à moralidade. Ele prega tal divisão como o fator primordial de coesão social. Para ele, em uma sociedade dividida, um depende do outro para obter resultados completos, tendo que se unir. Assim, Durkheim busca em Comte inspiração para afirmar que a função principal da divisão do trabalho é a solidariedade, uma vez que, com a divisão, as ajudas mútuas se tornam obrigatórias.

Retirado de:http://laurindasilva.blogspot.com/, em 15/05/2011, às 22h30min.

E é diante disso que podemos classificar as sociedades em duas formas diferentes: em sociedade primitiva e em sociedade complexa. A primeira conta com uma menor diferenciação do trabalho, apresentando uma solidariedade mecânica e uma punição mais repressiva. As pessoas, neste tipo de sociedade, guiam seu comportamento com base em valores religiosos, por exemplo. A segunda conta com uma maior diferenciação do trabalho e apresenta uma solidariedade orgânica. Neste tipo social, prevalecem regras formuladas pelo “Estado” e a punição é mais restitutiva.

Para entendermos tal classificação, podemos usar como exemplo a questão da homossexualidade em países como a Uganda e o Brasil. Na Uganda, país que seria considerado uma sociedade primitiva para Durkheim, está para ser aprovada uma lei que autoriza a morte de todos os homossexuais do país, o que é feito com base nos valores religiosos. Já no Brasil, sociedade que seria considerada complexa, os direitos dos homossexuais vêm sendo incorporados em nossa sociedade devido a pressões sociais.

Percebemos, portanto, o quanto a visão durkheimeana é importante na atualidade. A partir de tal visão, podemos pensar na nossa sociedade como um produto da coletividade e da solidariedade, o que nos traz uma visão otimista de nosso meio social. Além do mais, é a partir dos ideais de Émile que podemos compreender algumas diferenças políticas, sobretudo, existentes nas várias sociedades do mundo.

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