quinta-feira, 14 de abril de 2011


Já no início do filme “Mindwalk” é fácil perceber a singularidade do tema proposto. O filme gira em torno de uma interessante conversa entre uma cientista, um poeta e um político. Todos os personagens citados já são adultos e viveram algum tipo de crise existencial, talvez causada sonhos ou ideais frustados. De alguma forma essa conversa muda os personagens ao longo do filme.

Dentre os diversos assuntos e campos do conhecimento abordados, a discussão política se destaca. A cientista tenta doutrinar o político com a evolução do conhecimento, partindo de Descartes, ao mesmo tempo que mostra como a política não acompanhou a mesma. Ela afirma que na mente dos políticos o sistema cartesiano, que fraciona os problemas sociais, distorce a visão da real crise social. Então um novo sistema é proposto em oposição, que encara o problema como um todo, acreditando que só serão resolvidos através de um esforço conjunto, fazendo com que uma solução seja mais difícil e infinitamente mais eficaz.

Através dessa discussão, a ideia de que todo o universo está em constante mutação e uma teia de elementos liga as nossas vidas, faz com que surja uma noção cíclica da existência em si. Assim como uma lenda antiga da Europa Oriental, que era de grande valor na alquimia, propunha a mesma ideia na forma de uma serpente ou dragão que morde a própria cauda. Essa lenda representa o eterno ciclo da vida e o ser é conhecido com Uruboros.

Entre as diversas menções de obras feitas pelo poeta, a que mais me identifiquei é a de Lewis Carroll, em que o poeta cita o monstro “Jabberwocky”. Ele faz referência a esse ser que faz parte de um poema nonsense, conhecidos por representar uma confusão mental, para afirmar que alguém mais entenderia a fala da cientista. Apesar disso, o poeta está errado ao afirmar que esse monstro é do livro “Alice no País das Maravilhas”, já que ele só é mostrado na continuação “Alice Através do Espelho e O Que Ela Encontrou Por Lá”.

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