segunda-feira, 11 de abril de 2011

Pluralismo de ideias

O filme ‘’Ponto de Mutação’’ consiste num interessante diálogo travado entre três pessoas que, insatisfeitas com os rumos tomados pelo mundo e pelos seres humanos, utilizam uma isolada ilha francesa como válvula de escape. Um político, uma cientista e um poeta apresentam suas diferentes formas de observar o mundo e as suas leis, de modo que embasam grande parte dos seus raciocínios na filosofia e na ciência.

O político, com um pensamento cartesiano, fragmenta seus ideais em várias partes, para estudando e entendendo cada uma, procurar conhecer o todo. Assim, consegue prever e controlar possíveis abalos em seu governo.

A cientista, possui uma forte base do pensamento baconiano, de modo que atribui grande importância aos métodos científicos. No entanto, após frustrações com a ciência, demonstra um grande amadurecimento em conhecimentos intuitivos, racionais, de modo que é a principal articuladora das discussões do filme.

O poeta, por sua vez, possui uma postura mais neutra, de modo que concorda ora com o político, ora com a cientista, uma vez que possui uma visão diferente do mundo. Tudo é poesia: a paisagem, os sons, as pessoas. Assim, suas opiniões acerca dos diálogos são sempre embasadas em versos de antigos poetas.

Com isso, os diferentes pontos de vista se confrontam, principalmente, quando o assunto é a sustentabilidade do planeta. Para a cientista, o mundo não pode ser visto de forma cartesiana, ou seja, deve ser visto como um todo através das relações existentes entre cada ser e objeto que compõem a natureza. Os problemas globais não podem ser resolvidos pensando neles de forma separada. Tudo está interligado e deve ser considerado como um todo.

Toda essa discussão, em suma, demonstra a importância e a necessidade do diálogo, mesmo entre pessoas com pontos de vista extremamente diferentes, principalmente diante de assuntos tão atuais como o desenvolvimento sustentável. Seja pelo método cartesiano, seja pelo método baconiano, essas diferentes formas de pensar não se negam, mas se completam, sendo imprescindíveis para a manutenção do bem estar do mundo.

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