sábado, 30 de abril de 2011

O positivismo para o mundo

O século XVIII representou um período de grandes transformações na Europa. As revoluções Industrial e Francesa, além de consolidar o poder do capitalismo burguês, criaram novos problemas para a humanidade. Os entraves econômicos e sociais passaram a ser agravados por inúmeros motivos como a superexploração da classe trabalhadora industrial, a insalubridade pública, a falta de planejamento do novo espaço das relações sociais capitalistas - os centros urbanos - entre outros.

Além disso, esse século foi também marcado por intensas evoluções no âmbito científico, promovendo grande racionalismo e o desenvolvimento de inúmeros métodos científicos. A partir desses métodos das ciências naturais foi possível o desenvolvimento de novos instrumentos para o controle e entendimento dos fenômenos sociais.

Diante desse panorama caótico e, ao mesmo tempo, intenso produtor de novas ideias, viveu Augusto Comte. Para ele, os colapsos produzidos pelas revoluções de sua época se tornaram objetos de profunda reflexão e a ‘’paz social’’ só poderia ser restabelecida na medida em que a intelectualidade humana fosse reformada por um sistema de pensamento novo. À esse novo sistema, Comte denominou Positivismo.

Em Curso de Filosofia Positiva, Comte buscou explicar os fenômenos naturais e sociais estabelecendo leis científicas. Uma proposição enunciada de maneira positiva para determinados fatos sociais possuía suas bases na ciência.

Para que o homem fosse capaz de conhecer a realidade, ele deveria passar por três estágios: o teológico, o metafísico e o positivo. O teológico é o estado em que todas as explicações da realidade se encontram no âmbito divino. O metafísico é o estado em que há uma descrença em Deus e o homem passa a reconhecer a sua ignorância diante das leis do mundo e da natureza. No positivo, a humanidade busca respostas científicas para todas as coisas. Este estado de amadurecimento da sociedade é conhecido como Positivismo, que consiste na busca pelo conhecimento absoluto, esclarecendo a natureza e seus fatos a partir de leis.

Comte foi um típico pensador conservador, uma vez que suas ideias contribuíram para a consolidação, desenvolvimento e estabilidade da sociedade capitalista. Para ele, as realizações da sociedade capitalista, como os novos ramos do conhecimento, a industrialização e a urbanização são considerados resultados positivos, enquanto operários e camponeses lutavam contra o sistema e, por serem contrários à ordem estabelecida, colocavam em risco o consenso e a harmonia. A partir dessa análise histórica da evolução social, Comte criou duas categorias fundamentais para uma estrutura social positiva: a estática e a dinâmica.

A estática é responsável pelo ajuste de todos os indivíduos às condições estabelecidas pela sociedade, visando à estabilidade social e garantindo o bem comum. Já a dinâmica seria a responsável pela evolução e transformação das sociedades, conduzindo-as das mais simples às mais complexas e, por isso, identificada como progresso. Ambos movimentos devem coexistir para o bom funcionamento de uma sociedade.

Assim, a estática (ordem) e a dinâmica (progresso), encontradas na bandeira brasileira, evidenciam a contribuição e a influência do pensamento positivista no desenvolvimento de complexos sistemas de governo, pensamentos e leis de extrema importância para a convivência das sociedades contemporâneas. O positivismo é, portanto, uma importante ferramenta para o planejamento da organização social e política.

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