domingo, 24 de abril de 2011

Curso de Filosofia Positiva - Augusto Comte

Ao estudar a história do conhecimento, Comte chega à conclusão de que esse teve três fases: primeiro, a teológica, depois, a metafísica e, finalmente, a positiva, que seria a ciência de feição experimental e racional nascida, para os ramos do conhecimento da natureza, no séc. 16. Observando que a investigação que tinha o meio social como objeto ainda não se encontrava na fase positiva, e achando que essa forma era superior as demais no que produzia de conhecimento, o autor defendeu a criação de um novo campo de estudo, a física social, que teria como característica o olhar científico sobre a sociedade. Nesse contexto, não sei se estou certo, mas as justificativas divinas e transcendentais do direito natural seriam um exemplo do que Comte via como o domínio dos modelos de pensamento do passado sobre o estudo social.

A seguir, falando da ciência em sentido amplo, o autor diz que o filósofo positivista deveria preocupar-se em desvendar as leis que descrevem os fenômenos (naturais ou sociais) e não os motivos absolutos que são suas causas. Esses, para ele, seriam inalcançáveis ao entendimento humano porque não podem ser observados e, por isso, investigados. Comte também critica a visão pragmática da ciência inspirada por Bacon, para a qual toda investigação deveria, antes de se iniciar, ter no seu horizonte uma descoberta com função prática. Para sustentar sua argumentação, dá exemplos de "descobertas" da ciência pura que, sem destinação prática quando foram produzidas, serviram, às vezes séculos depois, para apoiar inovações que viriam a facilitar a vida humana.

Por fim, é interessante também a crítica que o autor faz à fragmentação do conhecimento científico. Defende, para combatê-la, que a formação do cientista deve passar primeiro pelo estudo dos aspectos mais gerais de todas as ciências para só depois ingressar no estudo apronfudado de um campo específico. Esse modelo de educação parece que foi inpiração para o adotado em muitos países, inclusive o nosso, onde, no ensino médio, o estudante é apresentado às linhas gerais de vários ramos da ciência para que só depois, na universidade, se dedique especificamente a um deles com ênfase diferenciada.

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