terça-feira, 29 de março de 2011

O racionalismo fundamenta a fé


Em sua obra, Discurso do Método, René Descartes inaugura o racionalismo e propõe, assim, uma maneira irreverente de conceber o conhecimento, se distanciando das formas anteriores a ele. Esse pensador teoriza um método para conhecer a realidade que não se deixa enganar ou influenciar por quaisquer pré noções ou explicações até então propostas, sejam elas religiosas, sobrenaturais ou tradicionais. Dessa forma, utiliza da dúvida para chegar à verdade, pois ao duvidar metodicamente de tudo, passaria a considerar como verdadeiro aquilo que não fosse possível duvidar. E é duvidando que Descartes chega à primeira verdade, a qual é uma das frases mais célebres do pensamento moderno, “Penso, logo existo”.

Ao seguir em frente com o seu raciocínio, Descartes considera que o conhecer é mais perfeito que duvidar, e que nós, seres humanos, somos seres que duvidam; portanto não somos totalmente perfeitos apesar de existirmos. E, então, chega a conclusão que, a meu ver, chocou e ainda choca vários pensadores céticos; a existência de uma entidade mais perfeita e superior a nós que nos concebeu, ou seja, Deus.

Acredito que essa afirmação, ou melhor, constatação gera polêmica, pois muitos pensadores acreditam que a crença na existência de Deus é falsa por não ter nenhum embasamento científico, mas Descartes por meio de um método extremamente racionalista conseguiu afirmá-la sem valer-se de explicações meramente teológicas. Penso que esse foi um grande feito do autor, pois ele conseguiu mostrar que razão e fé não se contradizem, mas, na verdade, se complementam.

Nenhum comentário:

Postar um comentário