quarta-feira, 17 de abril de 2024

OPINIÃO É ARGUMENTO?

 Texto sobre a aula 2 do curso (a qual eu não estava presente por ter me matriculado em 27/03)

OPINIÃO É ARGUMENTO?

    É extremamente comum de observar atualmente, debates que parecem ficcionais de tão fora da realidade. Com o surgimento e facilitação de canais de comunicação como podcasts e vídeos em plataformas como youtube e tiktok, qualquer indivíduo pode ligar o microfone e propagar desinformações na internet, acreditando fielmente em ideias como o "terraplanismo" e o "racismo reverso". São exemplos os podcasts "redcast" e "Inteligência Ltda", ambos protagonizados por personalidades de extrema direita muito conhecidas pela apelação e desinformação que propagam. O problema de tal atitude não são as opiniões pessoais dessas pessoas, já que todos têm o direito de serem desinformados e até mesmo terem a capacidade intelectual reduzida, mas sim a propagação do desconhecimento em vias extremamente populares, utilizando de um discurso apelativo para chamar a atenção e influenciar gerações ingênuas, assim propagando a desinformação e muitas vezes incentivando o ódio contra minorias.

Analisa-se o comportamento apelativo da propagação de desinformação como uma tentativa vaga de transformar opiniões pessoais em fatos. É indubitável, entretanto, que opiniões não são fatos, consequentemente não podendo ser consideradas argumentos para discussões acadêmicas, mesmo que isso seja frequente em diálogos com "profissionais" em podcasts ou vídeos da internet.

Pode-se entender que o método de procura do conhecimento não deve ser baseado em "achismos". O método cartesiano da busca da verdade deve ser aplicado no cotidiano, fazendo a população ser mais crítica quanto ao conteúdo que consome ao duvidar das informações passadas ao invés de acreditar nelas plenamente. É de extrema importância ser crítico numa realidade onde figuras importantes distribuem a desinformação em favorecimento próprio.

Desafiando o Status Quo: Uma Análise Marxista na área Jurídica e Palestra do CADir.

tema: Existe lugar para o Marxismo na formação e atuação do jurista?

A palestra dos 30 anos do Centro Acadêmico de Direito (CADir) teve a participação de ex-coordenadores e ativistas. O deputado estadual Guilherme Cortez representa a frente em defesa da UNESP no cenário estadual da política, Laura Taveira é defensora pública, MH Galhani foi uma importante ativista na luta por direitos internos na FCHS da UNESP/Franca e Lê Magalhães é ativista trans. Todos assumiram um papel de luta contra o status quo do Direito que beneficia a classe dominante, dona dos meios de produção e influente no cenário político.

É possível analisar a trajetória dos palestrantes do CADir através de Marx. Ele dizia que a sociedade deveria ser analisada segundo uma Dialética Materialista, em que o indivíduo seria condicionado àquilo que é produzido, chamado de relações de produção.  Segundo essa visão,  o “materialismo” seria a análise social por meio daquilo que é produzido materialmente e como isso gera a divisão em classes e a “Dialética” seria o movimento de contrários (tese e antítese).

As classes seriam divididas em Burguesia e proletariado, em que a burguesia teria a posse dos meios de produção e, graças a isso, faria um Estado burguês que assegura na legislação seus interesses. A partir disso, entra em jogo a Dialética, em que a Tese ( os direitos burgueses vigentes) seriam atacados pela antítese (direitos da classe dominada).

Nessa luta de classes estaria a importante participação do lado da antítese os palestrantes da do Centro Acadêmico, que atuariam lutando para assegurar mais direitos em um sistema que prioriza apenas o interesse de poucos. Dessa forma, visto que todos os palestrantes são graduados em um curso de Direito que viabiliza reflexões sobre o método de Marx, é possível pensar que pode haver lugar na atuação jurista para uma visão mais materialista sobre a sociedade, no sentido de considerar que há uma desigualdade de direitos e ,assim,  no âmbito jurídico assumir, como os ativistas do CADir, uma posição mais crítica e que busque uma equidade.