quinta-feira, 4 de maio de 2023

A relação de Sennett e Marx com as estruturas de trabalho

 As relações de trabalho e o meio de produção que temos hoje passou por grandes mudanças em um período razoável, e estas transformações foram fundamentais para que possamos compreender a realidade em que estamos vivendo sem muitas vezes perceber a lógica do capitalismo e suas relações.

O sociólogo e filósofo Karl Marx foi um dos grandes pensadores acerca da relação de trabalho com o capital, principalmente na ligação entre a classe burguesa e o proletariado, já que ele viveu em um contexto de crescente urbanização e industrialização do Sec. XIX. Esse confronto de acordo com Marx, vem de seu materialismo histórico, justificando que essa ligação que ditou os rumos das sociedades ao longo da história humana, onde há o dominado e o dominador, que em sua época, a classe operária seria a dominada enquanto os burgueses seriam os dominadores.

 Além disso, ao pensar em uma perspectiva mais ampla, ele percebeu que a classe trabalhadora dominada estava dependente de suas tarefas dentro das fábricas e isso gerou transformações que iriam para o âmbito familiar e social, e com isso os trabalhadores ficaram alineados, graças a um Estado burguês com políticas burguesas que visavam explorá-los sem uma justa remuneração pelo bem ali produzido.

Ao levar esses conceitos para a atualidade, as formas de trabalho foram se adaptando ao longo do tempo, principalmente com a chegada da internet e com a crescente globalização. Ao fazer uma análise do texto de Sennett “A corrosão do caráter”, podemos ver que há mudanças em relação ao trabalho entre o pai e o filho, ambos entrevistados por Sennett em diferentes épocas.

O pai estava muito vinculado, identificado e alienado com o seu emprego, criando uma certa identidade com aquilo que ele fazia e levando aquilo para o âmbito familiar e social, enquanto o filho, que viveu a ascensão da internet e trabalha com ela, tem outro tipo de relação com o seu trabalho, que é muito mais frio e distante em comparação com o pai, além de não ter certa identificação com aquilo que fazia por ser rápido e supérfluo, não garantindo algo fixo com que se identificasse.

Em conclusão, podemos ver que a estrutura do trabalho e o do Estado por muito tempo se consolidou de uma maneira que foram explicados por Marx e por outros sociólogos ao passar dos anos e agora essa nova estrutura está mudando o jeito como vemos o trabalho e o trabalhador com suas novas noções de exploração.



Hugo Rodrigues da Silva Direito 1º ano (Matutino)  RA:231222637 

A corrida dos ratos explicada por Marx e Sennett

      No livro "A corrosão do caráter", de Richard Sennett, o autor retrata sobre a vida de um pai e um filho, Enrico e Rico, ambos submetidos à uma sociedade capitalista de diferentes formas, a vida do "chefe da família" sempre muito mais difícil, pensada sempre em como manter o status dos filhos, trabalhando por uma boa educação, nunca pensando numa forma de lazer, em como passar o tempo da melhor maneira junto com a família e aproveitar o momento.

  Visto que, todos estamos submetidos à uma vida pensada no capital, é notável que, cada vez mais, os indivíduos têm objetivos que possam ser alcançados através do dinheiro. Em sua obra "Feuerbach", Karl Marx se contrapõe à esse tipo de modo de existência, segundo o autor "A maneira como os indivíduos manifestam sua vida reflete exatamente o que eles são. O que eles são coincide, pois, com sua produção, isto é, tanto com o que eles produzem quanto com a maneira como produzem. O que os indivíduos são depende, portanto, das condições materiais da sua produção", ou seja, o indivíduo submetido à uma sociedade capitalista não existe em seu ser individual, mas sim, em um ser que deve sempre estar disposto à trabalhar o máximo possível para acumular riquezas, em sua grande maioria, para deixar à próxima geração, à fim de alcançar a tão sonhada estabilidade financeira, o status social, uma qualidade de vida boa, talvez, nos últimos dez anos (sendo muito otimista) de sua vida.

 Por fim, fazendo uma analogia aos trabalhadores (motoristas, entregadores etc) de aplicativo que, por muitas vezes, trabalham o dia inteiro, não possuindo, sequer, direitos trabalhistas, chegam em casa extremamente cansados e, por consequência, raramente ou nunca podem acompanhar o mandato de um político que o próprio elegeu, portanto, não consegue obter um conhecimento crítico acerca das mudanças nas leis, se estão melhorando suas condições de trabalho ou não, ou seja, o ciclo continua, semelhante aos ratos que correm em suas rodas dentro de gaiolas e nunca saem do lugar. 


Sophia Caños Farias, 1 ano noturno

RA: 231224826

Sociologia como concepção materialista da história: as contribuições de Marx e Sennett.

    Karl Marx e Richard Sennett se dedicaram a compreender a história e a sociedade a partir de uma perspectiva materialista. Ambos acreditavam que a análise das condições materiais de vida das pessoas é fundamental para entender as transformações sociais e históricas.
    Para Marx, a sociologia como concepção materialista da história busca compreender as estruturas sociais a partir da análise das condições econômicas e materiais que as sustentam. Ele argumentava que a produção e distribuição de bens materiais eram os motores principais da história, moldando as relações sociais, as instituições políticas e os conflitos que caracterizam cada época. Além disso, Marx enfatizava a importância da luta de classes na dinâmica social e histórica, destacando a centralidade das relações de poder e da exploração econômica na organização das sociedades.
    Por sua vez, Sennett também parte da premissa de que as condições materiais de vida são cruciais para entender a sociedade e a história. Em suas obras, ele enfatiza a importância do trabalho como elemento central da vida social, e analisa as transformações que ocorreram no mundo do trabalho ao longo do tempo. Para Sennett, a organização do trabalho é fundamental para compreender as relações sociais, as desigualdades e as dinâmicas de poder presentes em uma determinada sociedade.
    Nesse sentido, a sociologia materialista oferece uma importante contribuição para o entendimento da dinâmica social e histórica, ajudando a explicar as transformações e os conflitos presentes nas sociedades contemporâneas.



Luiz de Deus Silva Neto
RA: 231223641

Os encontros das teorias de Karl Marx e Richard Sennett.

 A teoria de Karl Marx é uma das mais influentes teorias sociológicas do mundo. Ele acreditava que a história humana era impulsionada pela luta de classes e que a economia era a base da sociedade. Marx argumentava que as relações de produção eram as mais importantes, pois elas determinavam a forma como a riqueza era distribuída na sociedade. De acordo com Marx, a exploração do trabalhador pelo capitalista é o cerne do capitalismo, o que leva à alienação do trabalhador e à desigualdade social.

O livro "A Corrosão do Caráter" de Richard Sennett é um olhar sobre as mudanças no mundo do trabalho e como essas mudanças afetaram a identidade e a personalidade dos trabalhadores. Ele defende que o trabalho se tornou mais fragmentado e superficial, o que leva a um sentido de desapego e falta de compromisso com o trabalho. Sennett argumenta que a cultura do trabalho mudou de uma cultura de compromisso para uma cultura de flexibilidade, onde o trabalhador é forçado a ser adaptável e a mudar constantemente.

A ideia de Marx e o livro de Sennett se complementam em muitos aspectos. Marx acreditava que o capitalismo era um sistema econômico baseado na exploração do trabalhador pelo capitalista. Sennett explica que, como resultado das mudanças no mundo do trabalho, o trabalhador moderno é fragmentado e superficial, o que leva a um sentido de desapego e falta de compromisso com o trabalho. Ambos os autores argumentam que a alienação do trabalhador é uma consequência direta da estrutura do trabalho capitalista moderno.

Outro aspecto em que os dois autores se complementam é na questão da identidade. Marx alegou que a identidade do trabalhador é definida pelo trabalho que ele realiza. Sennett declara que a identidade do trabalhador moderno é cada vez mais fragmentada e superficial, o que leva a uma perda de identidade. Ambos os autores justificam que a falta de identidade e compromisso com o trabalho é uma consequência da estrutura do trabalho capitalista moderno.

Além disso, Marx e Sennett também compartilham a crença de que o trabalho moderno leva à desigualdade social. Marx cita que o capitalismo é intrinsecamente desigual porque o capitalista explora o trabalhador. Sennett declara que as mudanças no mundo do trabalho levaram a um aumento da desigualdade social, já que alguns trabalhadores são considerados mais valiosos do que outros.

Em conclusão, a teoria de Marx e o livro de Sennett se complementam em muitos aspectos. Ambos os autores argumentam que a estrutura do trabalho capitalista moderno leva à alienação do trabalhador, à perda de identidade e à desigualdade social. Embora a teoria de Marx tenha sido escrita há mais de um século, ainda é relevante hoje, assim como as ideias de Sennett sobre as mudanças no mundo do trabalho. Juntos, eles nos alertam sobre as consequências negativas do trabalho moderno e nos incentivam a buscar mudanças positivas para a sociedade.

 

Maria Eduarda Souza Vasconcellos – RA:231220651. 1* ano direito matutino.