sexta-feira, 19 de abril de 2019

A homossexualidade sob uma lente científica


A partir do texto “Mentiras gays” de Olavo de Carvalho nota-se que o autor aplica a ciência diretamente ao fato, conforme o positivismo, ao afirmar que os homossexuais não são perseguidos nem marginalizados tendo o fato de que os tiranos mais sanguinários da história pertenciam a esse grupo (Calígula, Mao Tsé-Tung).
Seguindo esse raciocínio em uma visão positivista, o conhecimento só é real se obtido através dos fatos observados e a ciência só é útil se possui aplicação cotidiana, assim ao se atentar a situações como de meninos serem roubados e comprados da Índia para satisfazer homossexuais em bordéis na Inglaterra, evidencia-se um conhecimento de que esses não se encontram em posição de minoria ou marginalizados como os mesmos se colocam e sim como opressores em posição de poder.
Há também uma doutrinação homossexual em relação à sexualidade, pois se um homem se relaciona sexualmente com outro apenas uma vez e várias vezes com mulheres, esse já é tido como homossexual enquanto a heterossexualidade precisa ser comprovada a todo momento e simplesmente e ausência de mulheres em suas relações já é motivo suficiente para o questionamento de sua sexualidade, dessa maneira todos são gays até que se prove o contrário.
Conforme o positivismo, é possível dizer que houve uma normatização (moral, coerção e cultura) da homossexualidade como algo natural influenciando e doutrinando até mesmo pessoas não tendenciosas para tal. A normatização é garantida e legitimada pelas leis e pelo direito, isso fica muito evidente quando os homossexuais exigem direitos simplesmente por sua opção sexual.
Novamente sob uma visão positivista da análise de dados, hetero e homossexualidade não são igualmente opções, já que o relacionamento com o sexo oposto se trata de uma questão de perpetuação dos seus genes e de sua espécie enquanto o com o mesmo sexo é apenas um desejo. Assim a heterossexualidade condiz com as duas leis invariáveis do positivismo: com a lei da estática pois é algo que se repete em qualquer sociedade humana, garantindo a normalidade e com a lei da dinâmica já que leva ao progresso por meio da perpetuação da espécie humana.
                                                                                            Monique S. Fontes
                                                                                          1 ano Direito- Noturno

Positivismo: a ciência e a "utopia" na ordem e no progresso social

   O entendimento do organismo da sociedade humana tornou-se uma questão pertinente ao estudos realizados pelos seus pensadores a partir do século XIX. O francês Augusto Comte (1798-1857), considerado uma espécie de "pai da Sociologia" (um dos pioneiros na elaboração do estudo e da ciência da sociedade), através de seu "Curso de Filosofia Positiva", a sua principal obra, publicada em 1830, trás conceitos introdutórios como a identificação da evolução do espírito humano, iniciando por um estado teológico onde se dá a crença no fictício e no sobrenatural, criados pela própria mente humana para a compreensão do mundo à sua volta e da própria existência (equiparado ao pensamento "primitivo" de uma criança), evoluindo para um estado metafísico cuja essência ainda não se encontra em ideias concretas e reais mas passa a indagar os seus precedentes, objetivando se aproximar de uma resposta para a natureza das coisas (equiparado ao pensamento "questionador e rebelde" de um adolescente), e finalmente atingindo um estado positivo no qual o conhecimento é utilizado como forma de explicação sólida e realista de absolutamente tudo o que existe de fato, portando-se de estruturas inabaláveis para conquistar seus propósitos (equiparado ao pensamento "maduro e emancipado" de um adulto). Sem menosprezar a existência dos primeiros dois estados, dada a sua importância como momentos de estimulação do exercício da mente humana no intuito de obter respostas, Comte afirma que nomes como Descartes, Bacon e Galileu foram as "sementes" da passagem do espírito humano para o estado positivo a partir de suas perspectivas para alcançar descobertas e afirmações concretas sobre o mundo à sua volta, contribuindo assim significativamente para a evolução também da sociedade em que viviam.
   Não se pode negar a importância provocada pelo pensamento positivista sobre a sociedade contemporânea, de modo que estabeleceu, por exemplo, as bases e as estruturas necessárias para a pesquisa científica, a qual tornou-se um forte meio de buscar soluções para problemas e dúvidas que antes pareciam ser compreendidas apenas através de dogmas, sempre a partir de uma metodologia estável que pode ser associada ao ideal de "ordem e progresso", ou seja, buscando-se uma organização e estabilidade (movimento estático, como definir uma maneira precisa de realizar uma pesquisa científica, procurando fontes e equipando-se de "materiais" necessários) para atingir uma evolução (movimento dinâmico, como procurar as verdades que resultaram de testes e conclusões realizados, facilitados evidentemente pela organização prévia). Em dado momento, o "amor por princípio" era tanto que permitiu-se a criação de uma ordem por base de cunho extremamente passional e fervoroso e, por fim, um progresso que incidia no regresso de outro: os seres humanos do fim do século XIX para até meados do século XX apostaram no nacionalismo dominante, na supremacia étnica e na indústria bélica como os suportes para eliminarem a si mesmos para atingir a glória e o progresso de sua nação em nível assombroso (não fazendo deste fato uma regra geral, pois podem ser exclusos os indivíduos movidos meramente pelo interesse financeiro).
   Neste contexto, introduz-se brevemente alguns dos ideais do pensador brasileiro Olavo de Carvalho, como pode ser observado no capítulo "Mentiras gays" da obra "O Imbecil Coletivo", onde aponta uma possível vitimização de indivíduos homossexuais na sociedade humana, bem como sua gana por obter direitos sobrepondo-se à natural heterossexualidade do ser humano, tentando colocar-se como uma normalidade que deve ser difundida. A associação que pode ser lançada entre Olavo e o pensamento positivista é expressa com o autor reafirmando uma ordem que está sendo deturpada, impossibilitando o progresso real da sociedade, ideal implícito em diferentes publicações ao longo de sua vida, o que se coloca como algo passível de críticas na medida que ignora-se as demais conquistas realizadas e concretizadas no cotidiano apenas por levar em consideração uma essência ideológica e subjetiva, ou seja, há idealização velada de um modelo social ao disparar contra costumes que ganham progressivamente maior atenção e espaço na sociedade, mas que, de fato, não representam uma ameaça à continuidade da sociedade, às diversas liberdades individuais e nem aos "progressos" que são conquistados com uma verdadeira ciência.

Eduardo Cortinove Simoes Pinto
Direito Matutino - 1º ano 

A homossexualidade sob a visão positivista


O pensador Olavo de Carvalho em seu livro intitulado “o imbecil coletivo” explora a temática da homossexualidade, apresentando visões que colaboram com a perspectiva na qual somente a expressão da heterossexualidade é aceita com normalidade. No trecho “mentiras gays” destaca-se a perspectiva na qual a diversidade de orientações sexuais não são lineares, e sim, hierárquicas. Tendo na heterossexualidade a expressão máxima de direitos e liberdade, como é possível observar no trecho “Querer nivelar essas duas coisas é um delírio infantil de onipotência”.
Em uma perspectiva positivista, a homossexualidade proporciona um problema social, já que, contradiz com a tradição e moral da instituição familiar. Este conflito é visto para os positivistas como anormalidade e, para eles, deve ser combatido. É preciso então encontrar uma solução que que tenha a capacidade de diminuir a turbulência causada pela homossexualidade. Neste caso, uma visão superficial sobre a diversidade de orientações sexuais, expõe uma vertente que não apenas critica a homossexualidade, mas também atua como um incentivo a heterossexualidade e a manutenção da tradição familiar.
Olavo de carvalho, assim como Comte, acredita que a ordem, impedindo mobilizações sociais e assegurando a manutenção de intuições, garante o progresso e avanço da sociedade como um todo. Desta forma, é essencial que a família continue sendo um elo fundamental para garantir a transmissão da cultura, garantindo a “ordem e o pregresso”. As mudanças que poderiam acontecer caso a homossexualidade fosse abordada com normalidade poderiam romper com o ciclo de tradição necessárias para garantir o futuro da sociedade.

Giovanna Lima e Silva - direito noturno 

O passado e o presente do preconceito

A homossexualidade é um assunto polêmico nos dias atuais. Não deveria ser, visto que já na Grécia Antiga, mais de 3000 anos atrás, ser homossexual era normal e respeitável, e que em absolutamente todas as espécies conhecidas pelo homem há traços de homossexualidade. Por que, então, há ainda tanta fala a respeito desses? Segundo o positivismo de Comte, as leis gerais da sociedade precisam de lógica, e seres do mesmo sexo em relacionamentos amorosos supostamente não é lógico. Segundo o mesmo, que diz que tudo que é útil deve ser valorizado, os homossexuais podem ser considerados inúteis pela incapacidade de procriação. Já segundo Olavo de Carvalho, um "pensador" mais atual, ser homo é uma opção que pode ser aceita pela sociedade, mas nunca foi e nunca será normal, e que tais indivíduos devem ter os mesmos direitos dos demais, sem direitos específicos.
Tendo em vista tais pontos de vista, é necessário perguntar: é por isso, então, por não serem normais tais relacionamentos, que o Brasil é um dos países que mais mata homossexuais do mundo? São em fundamentos positivistas que o povo se baseia ao discriminar e oprimir homossexuais diariamente, sendo que estes deveriam apenas tornar-se héteros, já que a homossexualidade é uma opção?
Na minha opinião, o preconceito contra o homossexualismo esta tão infiltrado na sociedade brasileira que é normal e fácil reproduzir falácias e continuar alimentando uma onda de preconceito e ódio que parece não ter fim. Ao ler Olavo de Carvalho, o cidadão da classe média brasileira sente-se no país das maravilhas, como não, ao ler um livro que abertamente defende que os homossexuais não devem ter direitos a mais, e que quem oprime são eles? A própria defesa aos homossexuais é vaiada e estigmatizada, como vivencio por conta própria quase todos os dias na cidade pequena em que resido. O Brasil atual é um contínuo retrocesso, e não para a Grécia Antiga, mas para a ditadura militar e o positivismo baseado na ordem, como nosso presidente tanto diz. É temível o que poderá acontecer nos próximos anos aos homossexuais, e a todas as minorias. 
Letícia Killer Tomazela
Direito Noturno