terça-feira, 5 de abril de 2016

Sob a égide do positivismo

Durante a primeira metade do século XIX, na Europa, emergia, pela primeira vez na história, uma ciência da sociedade, conhecida, pluralmente, como física social, filosofia positiva ou, simplesmente, como positivismo. Seu percursor inicial seria um filósofo francês, que, apesar do rótulo de conservador que recebe nos dias de hoje, era considerado, em sua época, como um pensador revolucionário. Trata-se de Auguste Comte.

A linha de raciocínio pregada pelo filósofo dava-se num contexto revolucionário, dentro do qual os ideais científicos ganhavam força. O cenário de exploração fabril e de insatisfação proletária potencializava, de certa forma, a propagação dessa nova ciência, uma vez que seu papel, como um todo, era o de analisar, interpretar e controlar, na medida do possível, a sociedade em questão. Para isso, Comte elenca três estágios através dos quais todo tipo de conhecimento deve passar: primeiro, o estágio teológico, baseado na providência divina; depois, o estágio metafísico, pautado na imaginação; e, finalmente, o estágio positivista.

Nessa direção, o pensamento idealizado por Comte estabelece uma analogia com o paradigma newtoniano da gravidade como fator modelar para a ciência moderna. Segundo ele, o positivismo deveria seguir um padrão, um ordenamento, uma hierarquia, análogos às leis da física; tal medida, por sua vez, deveria conferir maior credibilidade à ideia proposta. Sob esse aspecto, fortifica-se a concepção de ‘‘ordem e progresso’’, ‘‘estática e dinâmica’’: a família, a moral e o Estado, por exemplo, caracterizariam a ordem, imutável, constante, enquanto as condutas, os valores e as normas constituiriam a ação efetiva. Observa-se, diante do exposto, o caráter racional, empírico, cientificista, metodológico e concreto elaborado por Auguste Comte, que, embora tenha surgido há mais de 200 anos, ainda permanece ativo na sociedade atual.



  
Bruno Medinilla de Castilho - 1 ano Direito matutino