sexta-feira, 24 de abril de 2015

Busca pelo Conhecimento

     No dia 24 de abril, houve uma denúncia para a polícia nova-iorquina de que um pacote suspeito teria sido deixado na Estátua da Liberdade, no interior de uma das bilheterias do centro de recepção de turistas, ocasionando a retirada de todas as pessoas do local. A área foi revistada e pareceu segura, porém a busca continuou por precaução.
     A notícia anterior pode servir como metáfora ao pensamento do filósofo Francis Bacon, este defendia a existência de dois métodos da ciência: cultivo das ciências e descoberta científica. O primeiro seria a antecipação da mente e o segundo, a interpretação da mente por meio da exploração e experimentação sem limites a fim de se chegar a um conhecimento novo.
     Percebe-se que a ação da polícia estadunidense pode ser identificada como descoberta científica uma vez que a varredura no local onde supostamente teria uma bomba pode ser classificada como um ato de exploração para se chegar a um conhecimento novo, a presença ou não do explosivo. Deste modo, o filósofo seria representado pela polícia em uma busca incessante atrás de determinado conhecimento.
     Ocasionalmente, o esquadrão antibombas saberá se há perigo no local; entretanto, segundo Bacon, a razão não está ao alcance do homem comum ao afirmar: "não busca através de prenoções a anuência do intelecto, nem pretende, pela utilidade ou por seus efeitos, pôr-se ao alcance do comum dos homens.".
     Portanto, para Bacon, a razão deve ser escrava da experiência e esta é um método para o alcance daquela como representado pela ação dos policiais, que iniciaram intensa busca pela bomba antes de qualquer declaração ou conclusão. Assim nota-se que o filósofo em questão propõe um método para a busca pela razão, sendo o primeiro a sistematizar os aspectos da natureza.



Camila Migotto Dourado
1º ano - Direito diurno
Introdução à Sociologia - Aula 03
   

A cura da mente

Novum organum é o título de uma grandiosa obra de Francis Bacon .Seu significado é “novo instrumento”, o que já revela as intenções do autor, seus objetivos: através de seu novo instrumento, ou seja, através de seu método inovador, Bacon busca a “cura da mente”. Superficialmente, o objetivo do autor pode parecer um tanto pretensioso ,mas, na verdade ,os objetivos de Bacon visam apenas à praticidade.
Atualmente é um fenômeno comum observar políticos com discursos inflamados, usando habilmente belas palavras ,ou seja, valendo-se da retórica para manipular a massa. Numa visão baconiana, essa prática “sofista”( a qual fora intensamente criticada por Sócrates) é, no mínimo, equivocada. O objetivo da ciência para o autor é buscar o bem estar do homem, ou seja, através da observação  e da experiência como guias do conhecimento, a legitimidade da ciência consiste em transformar o mundo de maneira concreta e não em usá-la à favor da retórica. Infelizmente a visão de Bacon não é compartilhada por tais políticos populistas e demagogos.
Bacon, em sua obra, criticou, também ,os “ídolos da tribo”, os quais  vinculam-se ao comportamento passional do homem e que geram consequências negativas. Nesse contexto, mais uma vez o “novo organum” se mostra atual: hoje, os ídolos da tribo podem ser relacionados à mídia, a qual aliena o homem e  o induz ao consumo ou a determinados comportamentos sobre os quais ele não tem mais controle. Ou seja, os ídolos da tribo da sociedade pós-moderna capitalista são a mídia, a imprensa que se valem das paixões, da subjetividade humana para induzir o homem a consumir seus produtos ou suas ideologias.

Como foi dito, a obra de Bacon visa a praticidade, a sua aplicação na realidade concreta. Portanto, para o autor, não há nada mais pragmático que o conhecimento: “saber é poder”. Para Bacon, é somente através da ciência guiada por instrumentos experimentais que o homem consegue atingir o conhecimento e, a partir dele, torna-se capaz de dominar a natureza. Isso continua válido até os dias atuais: é através do saber que o homem pode dominar a natureza (física, social, econômica ou política) e dessa maneira se liberta e deixa de ser suscetível a qualquer subjugação, seja por políticos estrategistas, seja  pela mídia alienante e obtém, finalmente, a “cura da mente”.

Victória Afonso Pastori-Direito Noturno-Primeiro Ano

Sobre Bacon, ídolos e a Mídia

Conforme discutido pelo filósofo clássico Francis Bacon, a razão é necessária para chegar à verdade, porém a experiência é o ponto chave. Segundo ele, a interpretação do mudo pela experiência deve estar livre dos ídolos da mente humana, que são pré-noções e pré-conceitos criados pela mente sob influência de alguém ou algo.

Assim, na contemporaneidade, os “ídolos da caverna” retratados por Bacon se aproximam de forma notável da manipulação midiática. Pois conforme discutido pelo filósofo Guy Debord, a desinformação é o mau uso da verdade. Depreende-se disso que se vive hoje a “Era da desinformação”, já que os veículos midiáticos atuam como 4º poder vigente e têm a manipulação jornalística como principal meio de alienar a população. Assim, a forma como o homem vê o mundo é valorativa.

Não obstante, com o bombardeamento de inúmeras informações em um curto período de tempo, somado ao sensacionalismo, não há tempo para o telespectador pensar criticamente e julgar as informações, facilitando a padronização e a massificação do pensamento.

É valido ainda ressaltar, que a humanidade esta acostumada a ver imagens e torna-las como verdade, porém há edições, cortes e manipulações. Dessa forma, vê-se apenas o “Simulacro da Realidade” e ao acredita-lo, o homem vive aprisionado na caverna, na sua própria ignorância.

Contudo, o homem deve sempre procurar desenvolver sua vigilância epistêmica, senso crítico para julgar uma informação, através da leitura consciente e de uma educação de qualidade. Assim a humanidade está livre dos “Ídolos da Caverna”, que assombraram e assombram o caminho para se chegar à verdade última.



Heloísa C. Leonel
1º ano de Direito Diurno