domingo, 6 de outubro de 2013

Liberdade e religião

Marx, nesta obra, ainda não se destacava como um comunista, mas sim um democrata. Assim, critica o idealismo hegeliano ao dizer que, só na Alemanha havia a filosofia especulativa do direito, considerando-a extravagante e abstrata a respeito do Estado moderno, além de dizer que não se leva em consideração o homem real e que os alemães colocaram no plano das ideias o que os outros concretizaram de fato.
A respeito de Hegel ainda, este tratava o direito como forma de liberdade, pois parte da vontade livre, de maneira que a liberdade constitui sua substância e destino. Sem a participação nas relações que compõem o Estado moderno, não há liberdade. Desta forma, apoiando-se em Kant na ideia da “limitação da minha liberdade”, em que esta deve estar de acordo com o livre-arbítrio de cada um de acordo com uma lei geral, através do acordo da vontade particular de cada um com a de outros.  Para Hegel, portanto, a consciência livre é aquela que se reconhece em outra. Seguindo uma linha histórica, percebe-se a crescente ampliação da liberdade de modo que vai se corrigindo as falhas do passado.

Marx, ainda criticando Hegel, fala sobre a consciência invertida realizada pela religião, essa inversão surge para compensar as insuficiências da realidade. De acordo com ele, os homens precisam da religião, pois sua vida mundana é miserável, assim, eles se alicerçam na ideia de salvação, refletindo-se no plano espiritual. Então, o sociólogo defende a abolição da religião, pois esta é uma ilusão, pois ao mesmo tempo em que é a expressão da miséria real é um protesto contra a mesma, devendo o homem buscar sua felicidade real. Assim, ela é o “ópio do povo”.