terça-feira, 28 de maio de 2013

Capitalismo: um mal necessário



Idealistas, Engels e Marx puderam ver a sociedade pautada no Capital além da ideia generalizada de perpetuidade. Para eles, só é possível alcançar o estado Socialista da sociedade a partir do Capitalismo. Contudo, após os maus exemplos da implantação de tal sistema, o senso comum adota concepções equivocadas e mesmo errôneas com relação a este tema. Marx e Engels, não dispensaram os avanços científicos nem tecnológicos provenientes da Revolução industrial. Pelo contrário, afirmaram a necessidade dessas evoluções, uma vez que, disseminadas, poderiam até mesmo poupar o homem do fardo do trabalho.

Detectaram também, a existência de um trabalho não remunerado que é roubado do trabalhador. A este, chamaram-no de mais-valia. Servindo de base a todo o sistema capitalista, a mais-valia é o principal mecanismo de exploração dos trabalhadores. E, com o aumento da produtividade por meio das máquinas, os bens deixam de representar apenas o trabalho (assim como afirmava Adam Smith), mas representam também a apropriação do trabalho pelo industrial. Aos moldes socialistas, essa exploração silenciosa deixa de existir.

O socialismo é anterior a Marx e Engels, contudo limitava-se à idealização. Nas utopias sociais, as teorias são isentas de falhas ou defeitos e para alcançá-las se trata de uma reforma generalizada. O Socialismo não é diferente. No entanto Marx e Engels veem a efetivação de um modelo Comunista apenas por meio de uma Revolução e, após a conquista, estabelecer-se-á uma Ditadura do Proletariado. Nesta, o trabalhador é o povo, possui direitos e a soberania política e assim atuará como moderadora da exploração evitando seu reaparecimento. Tal Revolução, não dispensa a coerção física, tal qual a revolução burguesa do século anterior. Após Marx e Engels, o socialismo toma novas formas e contempla sua versão científica.

Sobre a dialética

        A trajetória dialética da história da humanidade, segundo Hegel, possui três fases distintas: tese, antítese e síntese. A tese nos remete ás civilizações antigas, a antítese teria ocorrido com o surgimento do cristianismo e o terceiro momento teria emergido com a Revolução Francesa, chamado por ele de síntese absoluta. E é a partir desse terceiro período em que se evidencia a emergência do Estado moderno.
       Karl Marx e Friedrich Engels foram responsáveis por uma das mais conhecidas interpretações da dialética hegeliana. A partir do conceito de dialética criado por Hegel, eles a reestruturam e introduzem uma nova temática. Por entenderem o movimento histórico como derivado das condições materiais da vida, eles denominam essa nova dialética de materialista.
       A dialética materialista tende a analisar a história da humanidade a partir de uma perspectiva socioeconômica . E seguindo esse pensamento, os períodos em que a história se divide são sempre marcados pela contradição. Essa contradição se deve a disparidade material dos indivíduos dentro da sociedade, em que o exemplo mais clássico é dado pela discrepância entre a classe proletária e a burguesia após a ascensão do capitalismo.
       A principal crítica marxista ao pensamento hegeliano  diz respeito à falta de materialidade e concretude observados em sua dialética. De acordo com Marx, Hegel analisa a dialética no plano do espírito e das ideias, ou seja, idealmente. No método marxista, o materialismo histórico dialético, é evidente uma preocupação com a interpretação da realidade somada ao caráter histórico da sociedade.