Durkheim ao explicar o funcionalismo do fato social afirma que as instituições sociais não surgem do nada, mas das causas eficientes que se vinculam ao ordenamento geral do organismo social. O que ele chama de causa eficiente é a prática dessas instituições visando o bem estar do todo. Muitas vezes o ser humano 'desiste' de suas próprias vontade em benefício do bem geral, ou seja, existe uma consciência coletiva. Para Durkheim esse componente humano do meio social se define por características da densidade dinâmica e da densidade material. Um exemplo desse pensamento é a instituição do casamento, que é vista da seguinte maneira: as pessoas não se casam somente porque tem a necessidade natural de se vincularem umas as outras, ou por simplesmente amor, mas também para dar continuidade a sociedade, criar novas células para o corpo social, os filhos. A divisão do trabalho também é um exemplo desse condicionamento interno do ser humano, de se doar em benefício do todo. Mas, muitas vezes, as pessoas entram em conflito consigo mesmas, na dificuldade de tal 'doação' ou essa não acontece e o mundo pode caminhar para a 'desordem'.
Este é um espaço para as discussões da disciplina de Sociologia Geral e Jurídica do curso de Direito da UNESP/Franca. É um espaço dedicado à iniciação à "ciência da sociedade". Os textos e visões de mundo aqui presentes não representam a opinião do professor da disciplina e coordenador do blog. Refletem, com efeito, a diversidade de opiniões que devem caracterizar o "fazer científico" e a Universidade. (Coordenação: Prof. Dr. Agnaldo de Sousa Barbosa)
sexta-feira, 11 de maio de 2012
semelhança entre uma criança e uma célula tronco
Émile Durkheim traz em sua obra " regras do método sociológico " o pilar da sociologia moderna, que até então não era vista sob um ângulo que afasta o objeto estudado do ser pesquisador. A partir dessa obra, a ideia de encarar os fatos sociais como " coisas " começa a se concretizar, trazendo a vantagem de afastar o sociólogo do seu objeto de estudo, no caso, ele próprio, ser humano, e suas sociedades. Trata-se de uma "exatização" da sociologia, que passa ser parte integrante do campo científico.
Quando um ser humano nasce, encontra-se num estado em que não há preconceitos nem ideias concretizadas a respeito de qualquer coisa. Na obra de Durkheim podemos perceber a influência que a sociedade exerce sobre este indivíduo recém nascido. É a sociedade que de certa forma inclui neste indivíduo valores e regras às quais jamais poderíamos imaginar que existem se não houvesse essa influência. E diferentes sociedades exercem, sem dúvida, diferentes formas de pressão sobre um ser humano.
Quando uma criança nasce, tem potencial gigantesco para desenvolver as mais diferentes e inacreditáveis habilidades. Trata-se de uma semente que germinará e dela brotarão frutos que já estavam escolhidos. Neste sentido a criança se assemelha muito a uma célula tronco, que pode se transformar em diferentes tecidos do nosso organismo. Seguindo essa linha de raciocínio, chegamos à conclusão de que a cultura arraigada presente nas sociedades é " culpa " dela própria. Um indivíduo que cresce na América do Norte tem ideias e valores característicos de uma super potência mundial ocidental. Diferente deste, é aquele indivíduo que, em plena Bagdá encontra a necessidade de amarrar bombas ao redor do corpo e provocar uma explosão que mata não só norte americanos, mas ele próprio. Esses dois indivíduos teriam os mesmo valores se, ao invés de serem criados por pessoas integradas no meio social, tivessem sido criados por animais integrados no meio da selva ? A resposta com certeza não poderia ser mais óbvia, e aí encontramos uma raiz fundamental da árvore sociológica, parte integrante da obra de Durkheim.
Quando um ser humano nasce, encontra-se num estado em que não há preconceitos nem ideias concretizadas a respeito de qualquer coisa. Na obra de Durkheim podemos perceber a influência que a sociedade exerce sobre este indivíduo recém nascido. É a sociedade que de certa forma inclui neste indivíduo valores e regras às quais jamais poderíamos imaginar que existem se não houvesse essa influência. E diferentes sociedades exercem, sem dúvida, diferentes formas de pressão sobre um ser humano.
Quando uma criança nasce, tem potencial gigantesco para desenvolver as mais diferentes e inacreditáveis habilidades. Trata-se de uma semente que germinará e dela brotarão frutos que já estavam escolhidos. Neste sentido a criança se assemelha muito a uma célula tronco, que pode se transformar em diferentes tecidos do nosso organismo. Seguindo essa linha de raciocínio, chegamos à conclusão de que a cultura arraigada presente nas sociedades é " culpa " dela própria. Um indivíduo que cresce na América do Norte tem ideias e valores característicos de uma super potência mundial ocidental. Diferente deste, é aquele indivíduo que, em plena Bagdá encontra a necessidade de amarrar bombas ao redor do corpo e provocar uma explosão que mata não só norte americanos, mas ele próprio. Esses dois indivíduos teriam os mesmo valores se, ao invés de serem criados por pessoas integradas no meio social, tivessem sido criados por animais integrados no meio da selva ? A resposta com certeza não poderia ser mais óbvia, e aí encontramos uma raiz fundamental da árvore sociológica, parte integrante da obra de Durkheim.
Émile Durkheim vem nos explicar no capítulo 5, o fato social e sua função. Esse funcionalismo nada mais é do que casa instituição social cumprindo seu papel para que o corpo (o todo) funcione de maneira organizada. Além disso, o filósofo nos apresenta um novo conceito, o da causa eficiente.
Para Durkheim, todo fato social tem a sua causa eficiente, isto é, uma ligação no conjunto do funcionamento da sociedade. É nesse contexto que ele faz uma observação interessaant. Segundo Durkheim, o casamento é uma instituição cuja causa eficiente é a reprodução do organismo social. Subentende-se que, para ele, esse é o aspecto final do casamento, o intuito maior. Nada de sentimentalismo ou emoções. Nada de "amor à primeira vista" ou "felizes para sempre", pois tudo se resume apenas ao aspecto da procriação da espécie.
Essa é uma visão um tanto quanto racional. Aliás, o racionalismo é uma forma de explicação dos fatos que nos faz enxergar por um ângulo diferente. Essa nova forma de enxergar as coisas, de ver a realidade "nua e crua" é bem interessante, ao mesmo tempo em que é um tanto assustadora para nós seres humanos. Penso que talvez seja por isso que nos apegamos a outras formas de pensamento, como a religião, por exemplo, que apresenta uma visão mais humana das situações.
Isso não deve ser interpretado, porém, como uma fuga da realidade, pelo contrário, outras explicações, 'não-racionais", nos dão respontas muito críveis. O racionalismo responde a várias questões, mas não a todas. Devemos, pois, saber distinguir o que é fantasia de outras correntes de pensamento e o que é verdadeiraa explicação do racionalismo.
Maria Cláudia S. Cardin - Direito diurno
Interiorização da coletividade no individuo
A partir da obra “As regras do método sociológico”, Emile Durkheim tenta dar credibilidade a sociologia no meio cientifico.
Assim, esse trabalha com a ideia de fato social ( independe do individuo, mas tem como substrato o agir do homem em sociedade) onde acredita que devemos analisar os fatos sociais como coisas e reconhecê-los e compreende-los. Durkheim acredita que os fatos sociais exercem uma coerção sobre os indivíduos, de modo a padronizar os seus comportamentos coletivamente- ou seja, enxerga como coercitivas as regras impostas pela sociedade- visualiza dessa maneira a educação como um meio de lapidação do ser social, pois lhe incute regras que vão sendo interiorizadas. Destarte, a acomodação as regras pela educação e coerção padronizam nossos comportamentos, comportamentos esses que não são nossos, mas sim “sociais”, mas que reproduzimos, até por medo de ser submetido a possíveis sanções e punições de diversos caracteres. Como exemplo: o casamento, o batizado, a monogamia, entre outros. Durkheim também critica em sua obra o fluxo ser das ideias para as coisas e não das coisas para as ideias.Este acredita que o distanciamento critico leva a uma analise mais profunda das coisas, apesar de poder ser usado para o bem e para o mal, assim não se limita a estudar apenas sociedades ocidentais
Logo, podemos notar que Emile Durkheim tem uma visão mais distanciada e profunda da sociedade, crendo nos fatos sociais como coisas contrariamente a Comte que as enxerga como ideias e que mantém uma noção mais metafísica da sociologia. Ademais, podemos notar que Durkheim se utiliza amiudadamente de ideais presentes em Bacon comoa ideia de que as ciências tem como objetivo proporcionar o bem estar do ser humano e a sociologia apontar os desequilíbrios que a atrapalham a sociedade nessa busca. Alem da similaridade da ideia de que pré noções atrapalham a busca pela verdade, colocada por Bacon na ideia do combate aos “ídolos da mente”. Assim, visualiza-se novamente a ideia de coercitividade, pois já há a noção de pré-noçoes interiorizadas pela sociedade. Dessa forma, fundamenta-se a sua obra e seu estudo através dessas bases.