quarta-feira, 2 de maio de 2012


Relógio social


Com o intuito de marcar o tempo, um relógio é composto por pequenas engrenagens, parafusos e molas, que se não forem postas, montadas, de maneira correta, jamais se conciliariam ate o seu propósito. Ainda mais além, o trabalho de uma engrenagem é totalmente dependente de outra, ou de uma mola, mas o seu movimento sincronizado promove no final a perfeita marcação do tempo, ao passo que se uma engrenagem se descompassa, todo o ciclo é perdido e a exatidão é perdida.
De mesma forma Comte enxerga a sociedade como uma maquina, onde cada pessoa torna a vida possível uma para a outra. Como em um relógio, onde uma engrenagem necessita da outra, na sociedade somos dependentes um dos outros, e sendo assim, trabalhamos em conjunto para o avanço do todo.
Para Comte é um erro pensar no todo antes de trabalhar o individual, sendo assim, é impertinente pensar no funcionamento final da maquina, se não partirmos do inicio de arrumar cada uma de suas peças. De mesma forma não se consegue o avanço de uma sociedade se não pensarmos no trabalho individual de cada cidadão, e considerarmos que fazemos parte de um ciclo ainda maior, onde não há melhores ou piores, e sim um trabalho conjunto e sempre dependente um do outro. Parte daí o conceito de Comte de estática e dinâmica social, onde a estática se liga a ordem, ou seja, a regularidade das engrenagens e o seu bem funcionamento, e a dinâmica se liga ao progresso, sendo subordinada a estática uma vez que só se consegue o progresso através da ordem.
Ainda assim vivemos em uma sociedade individualista e que não enxerga como Comte como o trabalho de um simples lixeiro faria falta tanto quanto o de um medico, e sendo assim jamais conseguiremos assumir uma dinâmica social de progresso, já que não enxergamos a importância de todos dentro de uma ordem.