terça-feira, 3 de abril de 2012

Origem da ciência pós-moderna

   René Descartes inaugurou o racionalismo na Idade Moderna, período no qual a filosofia e a ciência tornaram-se mais autônomas em relação à Igreja Católica tão dominante em épocas anteriores. Com o fortalecimento dessa corrente o modelo teocêntrico cedeu lugar para o matemático-científico-racionalista que tem a razão e a busca pela mesma como o maior objetivo.
   O Racionalismo baseia-se na valorização do homem, da arte e da razão, sendo esta que diferencia os homens dos animais. O método de Descartes no livro “Discurso do Método” é guiado pela desconfiança de tudo aquilo que não é claro. Dessa forma, Descartes estrutura sua própria razão.
  A adoção desse método adveio da consciência , ao terminar o estudo das letras , da dúvidas e erros na sua ignorância.
  O autor, então, pela metáfora da casa demolida explica a reconstrução do seu saber. A busca pelo conhecimento será pela verdade e pela certeza.
  Assim, René estrutura a base do pensamento científico Ocidental, alicerçado na certeza da razão e não apenas guiado pelo senso comum, pelas crenças populares. Tal fato é exemplificado na confiança que os indivíduos tem na medicina e seus ensinamentos. Poucos buscam a cura de alguma doença apenas na fé ou em rituais.

Francis Bacon e o mundo atual

Francis Bacon, considerado o fundador da ciência moderna e um dos percusores do empirismo, deixou um de seus maiores legados na obra filosófica “Novum Organum”. De uma corrente oposta ao racionalismo de Descartes e em oposição a filosofia de Aristóteles, o livro - de 1620 - ainda causa reflexões e debates nos dias atuais.
“Novum Organum” critica os gregos, afirmando que eles não desenvolveram uma técnica, e sim se deixaram levar arbitrariamente pelos pensamentos. Ou seja, Bacon condena o mero exercício, labor da mente sem que haja uma construção científica plausível. O que é muito positivo, haja vista que só é através de um método científico sustentável que se pode adquirir conhecimentos sólidos. No entanto, os pensadores gregos têm muita importância e influência para o mundo de hoje. Aristóteles e seus compatriotas são fundamentais para compreendermos idéias sociológicas, políticas, democráticas, antropológicas entre outras.
Vale ressaltar também, a proposta metodológica desenvolvida por Bacon. Francis propõe o uso da indução e o afastamento dos sentimentos no desenvolvimento do intelecto e da construção científica. Além do que, afirma que “saber é poder”. Porém, ao menos nos dias que correm, sabe-se que para obter o poder de fato, não basta apenas conhecimento, e sim o conjunto de fatores como sabedoria, dinheiro, coragem, influência, liberdade...
Além disso, “Novum Organum” profere que o homem ministra, interpreta, faz , entende e constata a ordem da natureza. É fato que os seres humanos conseguiram grandes proezas sobre o meio natural, a exemplo do meio técnico-ciêntifico-informacional, globalização e urbanização. Mas obter conscientização ecológica é imprescindível para obtermos equilíbrio e uma relação saudável com a natureza, assim como afirma o cacique Seatle em uma carta ao Presidente do EUA em 1855: “O que ocorre com a terra recairá sobre os filhos da terra. O homem não teceu o tecido da vida: ele é simplesmente um de seus fios. Tudo o que fizer ao tecido, fará a si mesmo.”
Esplêndida, reflexiva, propositiva, questionável, elucidativa são adjetivos cabíveis a essa grande obra de Francis Bacon. A despeito de qualquer falha, as idéias contidas em “Novum Organum” são peças indispensáveis para o desenvolvimento e conhecimento da sociedade atual.

                           Francis Bacon