quinta-feira, 30 de junho de 2011

O Discurso do Método

Texto base: "O discurso do Método" René Descartes. (Caps. 1, 4 e 6)

A ciência moderna nasce propondo um conhecimento neutro, guiado pela razão e pela experiência, sem carregar juízos de valor e pré-noções. Nesse sentido, Descartes propõe um método científico orientado pela razão para se libertar das superstições, do mágico. Fazia, portanto, uma crítica ao conhecimento sobrenatural.

Descartes acreditava também que todos os conhecimentos que partem da filosofia não podem ser seguros, uma vez que julga a filosofia uma ciência sem bases firmes. Além disso, evitava tomar por conhecimento aquele transmitido pelo hábito.

Descartes acreditava que os cientistas deveriam encontrar maneiras de trazer a ciência para a prática (transformar e dominar a natureza), pois ela poderia ser usada para o bem do homem.

Opunha-se ao conhecimento filosófico porque acredita que a razão supera os sentidos na busca pelo conhecimento. Os filósofos têm pra si que tudo o que existe no entendimento passou primeiramente pelos sentidos.

Para Descartes, a ideia de Deus é a referência para a dimensão real e para o conhecimento (perfeição). Acreditava que só conseguia pensar em algo mais perfeito do que ele porque aquele pensamento fora colocado dentro dele por alguma “natureza perfeita”. Assim, sua ideia de perfeição era dada por Deus.

Seu critério de julgar uma proposição como verdadeira é a clareza de sua exposição, e o caminho para se chegar a essa verdade é a razão.

A Experimentação Como Solução

Francis Bacon, assim como René Descartes, é considerado um filósofo pré-positivista, suas idéias serviram de base para os pensamentos mais profundos e analíticos de Auguste Comte.

Bacon é um experimentalista por natureza, segundo ele a verdade deve ser busca à luz da natureza da experiência, que é eterna. Ele também faz uma crítica forte a civilização grega e à sua filosofia, pois a única coisa que os gregos realizavam era especular sobre ciência, quando a verdadeira ciência seria feita por meio das experiências. "sabedoria farta em palavras, mas estéril em obras".

Ainda segundo Bacon a descoberta científica seria uma nova forma de busca do conhecimento, onde se realizaria por meio da exploração e da experimentação sem limites. Seria a busca de uma ciência útil na luta na luta contra a natureza dinâmica de inovação permanente, a ciência como ação e instrumento para a exploração da natureza em benefício do homem.

Bacon fazendo isso deixa uma espécie de legado para a modernidade, na qual a ciência como exploração do benefício do homem vem sendo aplicada até hoje, e também no fato de dizer que a ciência deveria buscar a observação do que seria invisível aos olhos(que seria o caso das pesquisas em nível molecular), fazendo com que suas idéias sejam até hoje presentes.


Método cartesiano.

Em seu livro “O Discurso do Método Sociológico”, René Descartes propõe uma nova forma de se fazer ciência, que virá mudar o paradigma de sua época, ainda composto por alquimia, magia e explicações metafísicas.
Criticou o conhecimento adquirido pelo hábito, em que não havia nenhuma base racional, somente a repetição. Ele afirma que a dúvida deve guiar o pensamento científico, sempre deve-se verificar as hipóteses, não se confiando nos sentidos, que podem enganar.
Descartes acredita que a clareza é um critério para verificar a veracidade. Utiliza como exemplo a afirmação “penso, logo existo”. É evidente a existência pelo próprio pensamento, é lógico, logo mesmo não tem uma prova, a afirmação é correta. Permitindo-se distinguir claramente duas coisas, é possível tomar por verdadeiras, segundo Descartes. A clareza é uma forma de verificação da verdade, e a razão é o seu caminho. Em detrimento da crença no sobrenatural ou hábito, somente a razão pode ser usada.
O método científico é a base da ciência moderna, é com o pensamento de Descartes que o Homem aprimora seu modo de pensar, desencadeando um novo cenário científico. Apesar de citar Deus como fonte última do conhecimento, Descartes é um dos responsáveis pelo antropocentrismo.

Descartes e suas contribuições para a sociedade atual

Descartes é considerado um filósofo pré-positivista, ele foi um dos primeiros filósofos a colocar a razão a frente da superstição, para ele a ciência era a única maneira adequada para se encarar os fenômenos a sua volta.

Para ele, a dúvida deveria ser uma constante na vida dos indivíduos, e essa só seria sanada com a comprovação da veracidade de tal fato, fazendo assim com que esse pudesse ser inserido na realidade plena(ciência).

Vale lembrar que pra ele a ciência não ia contra Deus, apenas seria um tipo de instrumento que serviria de auxílio para se desvendar as criações divinas, fazendo assim com que o homem cumpra o papel que lhe foi dado pelo próprio Deus.

Dentre as idéias que contribuem até hoje para o modo de pensamento atual de cientistas estão o de não se ter pressa para encontrar uma resposta, fragmenta-la para melhor soluciona-la(aumento o nível de detalhismo), o da análise dos mais simples fragmentos até os mais complexos(conhecimento progressivo) e o da constante revisão após a comprovação de tal fenômeno.

Assim mostrasse que muitas das idéias sobre ciência de René Descartes tem validade até hoje para pessoas que trabalham constantemente com a ciência.

Weber e as Relações Sociais

Max Weber busca a objetividade do conhecimento na ciência social e política, para Weber a função essencial da sociologia está na compreensão do sentido da ação social.

Weber também crítica a idéia determinista da ciência, segundo ele as explicações fornecidas para os fatos sociais não seriam de análise tao simples e rasa como os deterministas pregavam. Ele também acaba por criticar o dogmatismo do materialismo histórico, e da forma como as suas explicações eram meramente econômicas.

Segundo Weber, também se ampliavam os conceitos econômicos até os desfigurarem, de modo que neles seriam encontrados todos aqueles interesses humanos. Weber também classifica a ação social em 4 tipos, sendo 2 deles do tipo racional, uma do tipo afetiva e outra do tipo tradicional(ou por hábitos).

O modo de Weber analisar a sociedade serviu como aprofundamento no modo que eram vistas as ações sociais e os fatos, fazendo com que se desenvolvesse esse ramo de forma mais ampla.

A revolução inevitável

Em "Manifesto do Partido Comunista", Karl Marx e Friedrich Engels discutem o estabelecimento do regime socialista como transição para o regime comunista. Depois de esclarecer a deturpação de sua teoria no cenário político da Europa já ao fim do século XIX, discutem a luta de classes como "motor da história". Defendem que dominante e dominado entram em conflito até que haja uma transformação revolucionária (Revolução Francesa) ou a ruína de ambas (plebeus e patrícios da Roma Ocidental). O capitalismo, para os autores, apenas mudou as classes - o conflito continua, aprofundado nas formas de luta. O capitalismo tem como origem o declínio do feudalismo. Mas seu desenvolvimento transformou a divisão do trabalho, a sociedade e a política, adaptando-os todos ao mercado capitalista. Para manter-se, o capitalismo tem de sempre renovar-se, e acabou impressionando a sociedade ao realizar construções maiores que quaisquer outras vistas na história. E ao valorizar (no sentido puramente econômico) o trabalho, a burguesia destituiu de sentido qualquer vínculo entre os homens que não seja o de interesse - destruiu-se a religião, a hierarquia social e o mérito pessoal.
Por conta da dissolução de "sentido" do trabalho e das relações interpessoais, do aumento da grande massa de trabalhadores explorados e da criação de uma necessidade supérflua de luxo, Marx e Engels afirmam que a burguesia criou seu próprio fim: trabalhadores explorados com desejo de poder material e político.
Os autores defendem também que as maiores vitórias dos trabalhadores não serão aquelas pontuais (aumentos de salários e aquisições de direitos trabalhistas, por exemplo), mas sim a união cada vez maior entre eles. Até mesmo por conta dos meios de comunicação, que pelo próprio progresso capitalista serão muito desenvolvidos, essa união do proletário permitirá, na visão dos autores, que consiga seu objetivo final: tomar o poder e acabar com a desigualdade.

"O Manifesto Comunista", Karl Marx & Friedrich Engels

A luta de classes é o objeto central a ser analisado em “O Manifesto Comunista”. Marx e Engels partem de uma análise histórica, distinguindo as várias formas de opressão social durante os séculos para explicar as relações entre opressor e oprimido e situar a burguesia moderna como nova classe opressor, porém, sem deixar de citar seu importante papel revolucionário ao destituir o poder monárquico e religioso em favor das liberdades econômicas, todavia, cabe agora ao proletariado a tomada do poder por meio de uma revolução socialista.

O Manifesto tem uma estrutura simples: uma breve introdução, três capítulos e uma rápida conclusão.

Na introdução é exposto o medo que as novas idéias comunistas causam aos conservadores, deixando claro a força dessas idéias e seu teor revolucionário. Após a introdução, a historia da humanidade é brevemente contada até os dias atuais, onde o mundo é composto por duas classes antagônicas: a burguesia e o proletariado. A parte II, intitulada "Proletários e Comunistas", inter-relaciona o papel do proletariado e do comunismo, sendo justamente esse proletariado o agente principal da revolução que derrotaria a supremacia burguesa e implantaria o comunismo. A parte III, (Literatura Socialista e Comunista) faz fortes críticas às diferentes correntes socialistas da época, alegando que diversas vertentes não possuíam intenções e objetivos verdadeiramente socialistas. Em sua conclusão, “o manifesto comunista”, de maneira triunfalista e otimista, encerra seu discurso, conclamando a classe operaria a se unir contra a burguesia em uma revolução socialista capaz de mudar o mundo.

"Do Socialismo Utópico ao Socialismo Científico", Friedrich Engels

Recortado de "A subversão da Ciência pelo senhor Eugênio Dühring", livro publicado em 1878 por Engels onde expunha diversas criticas a Eugênio Dühring, professor alemão que tentava através de publicações enfraquecer o Partido Socialista da Alemanha, “Do Socialismo Utópico ao Socialismo Científico” se tornou um clássico obrigatório da bibliografia marxista, uma vez que exprime de maneira simples e concisa das idéias marxistas, deixando claro a distinção entre o socialismo utópico e o cientifico.

O texto divide-se em três capítulo. Primeiramente Engels assinala os méritos das teorias socialistas anteriores, discutindo sobre seus pontos positivos assim como os negativos, deixando clara a idéia de que para o socialismo ter êxito é necessário situá-lo na realidade, livre das utopias e ilusões. Na segunda parte, Engels sintetiza os pontos principais do método dialético em oposição ao metafísico, e o materialismo em oposição ao idealismo. demonstrando ser, por meio de uma interpretação materialista da história, possível realizar uma análise científica do modo capitalista de produção, o entendimento de como se dá a exploração do trabalho sob esse regime e a demonstração da necessidade e possibilidade de sua superação. Em seu ultimo capitulo, Do Socialismo Utópico ao Socialismo Científico” Engels relaciona as contradições básicas do capitalismo (capital x trabalho, burguesia x proletariado), tratando ainda sobre uma revolução encabeçada pelo proletariado visando a socialização dos meios de produção e o fim da exploração.

"A função da divisão do trabalho", Émile Durkheim


Após definir o objeto da sociologia, o fato social, e o método para seu estudo, Durkheim aborda o meio social a partir das funções sociais desempenhadas pelos indivíduos que o compõe. Segundo ele, cada individuo tem sua singularidade, havendo ainda uma necessária interconexão entre os indivíduos para compor o todo, dentro desse todo, cada um teria sua função social.
elemento central é a chamada solidariedade, podendo esta ser mecânica ou orgânica.
A solidariedade mecânica seria resumidamente uma solidariedade ditada por semelhanças, é característica das sociedades primitivas, havendo pouca ou nenhuma divisão do trabalho.
A orgânica por sua vez seria uma solidariedade baseada no “consenso”, onde ha uma intensa divisão social do trabalho, gerando uma intensa especialização de funções, vinculando assim o individuo a coletividade e é típica de sociedades mais avançadas.
A solidariedade social para Durkhein, é, de modo geral, formada pelos laços que ligam os indivíduos membros de uma sociedade, formando uma coesão social.
Os dois tipos de solidariedade já citados anteriormente estão relacionados com o “espaço” ocupado na mentalidade dos membros da sociedade pela consciência coletiva e pela consciência individual.
A primeira seria o conjunto de crenças e sentimentos comuns a maioria dos membros de uma determinada sociedade. a consciência coletiva é em suma o reflexo da própria sociedade e é adquirida pelo individuo através dos processos de socialização naturais que ocorrem ao longo da vida.
A consciência individual, como o próprio termo diz, é aquela especifica de cada um, composta por suas individualidades , hábitos, crenças e pensamentos próprios de cada individuo.

“Que é fato social?”, Émile Durkheim

Em sua obra, Durkhein estabelece regras do que é realmente objeto de estudo da sociologia, o que é fato social.
Os fatos sociais possuem três características fundamentais: exterioridade (vem do exterior, independentemente da consciência individual), coercitividade ( o fato social deve estar fora de nós, valendo-se de um poder autoritário) e generalidade (quanto mais geral for o fato maior será seu poder de imposição sobre o individuo). segundo o próprio Durkhein: “fato social é toda maneira de agir, de pensar e sentir”, está fora das consciências individuais, possuindo um poder de coerção sobre os indivíduos. Para Durkhein, a sociologia cometia o erro de partir das idéias para os fatos e não dos fatos para as idéias, trazendo assim ao estudo social subjetividade e não objetividade. Via ainda com descrença a idéia de Conte de que a humanidade caminha ao aperfeiçoamento pois acredita que a evolução da humanidade não existe no mundo real. O sociólogo francês acrescenta três regras ao método sociológico: A primeira regra é que todos os sociólogos devem afastar os fatos fora da ciência, a segunda é que o cientista deve definir o fato social que ele deseja explicar. A terceira regra é que todo sociólogo explore os fenômenos sociais, esforçando que eles sejam isolados das manifestações individuais. De modo geral, evidencia-se que a sociologia decorre de uma evolução da ciência, os fatos sociais devem assim ser tratados como “coisas”, livres de preconceitos e subjetividades, buscando assim uma análise mais critica e objetiva

"Curso de Filosofia Positiva" e “Condições do estabelecimento do regime positivo”, Augusto Comte

A explicação de fenômenos naturais e sociais por meio de leis científicas é o principal objetivo de Comte em “Curso de Filosofia Positiva”, afirmando três estágios para a analise da realidade: o estagio teológico, o metafísico e, enfim, o positivo. No primeiro, busca explicações baseadas na religião. No segundo, Deus é colocado de lado e o homem se vê sozinho e ignorante, estagio este transicional entre o teológico e o positivo. Já no terceiro, a humanidade baseia-se nas leis que regem a natureza e a sociedade para explicar e compreender os fenômenos existentes.
Sendo assim, comte põe em destaque diferentes aspectos da ordem social, abrangendo aspectos políticos (onde não defende nem a revolução nem a democracia, sendo o regime republicano o modelo político positivista), religiosos e civis, destacando inclusive os aspectos assistencialistas em relação a classe proletária e melhorias educacionais.
Fato é que o positivismo hoje se vê ultrapassado diante da nova ordem social vigente, porém, é inegável sua importância no decorrer da história assim como aspectos importantes até os dias atuais.

Filme: "Ponto de Mutação", Fritjof Capra


Sonia, Thomas e Edwards são os principais personagens de “ponto de mutação”, filme inspirado no livro “The turning point”. Sonia é uma cientista que possui amplo conhecimento sobre a mecânica do universo e do pensamento. para ela, o método mecanicista proposto por Descartes, mesmo tendo importante valor no contexto em que foi proposto, encontra-se ultrapassado tendo em vista as exigências da sociedade atual para um maior desenvolvimento cientifico e intelectual.
Thomas é um poeta, e valendo-se da poesia, em determinado trecho do filme, aborda a idéia de que nenhum ser - humano é uma ilha isolada, mas que cada um faz parte de um todo. Sendo assim, já que tudo se interconecta, é fundamental o conhecimento do todo para compreender determinada parte, e é justamente esse tipo de pensamento o necessário para a sociedade pós-moderna.
Edwards, por sua vez, tenta através do debate ( ponto forte seu já que é um político) demonstrar que as idéias cartesianas ainda são válidas, porém, acaba vendo-se sem mais argumentos que sustentem o emprego de tal método nos dias de hoje.
“Ponto de Mutação” propõe uma nova percepção de mundo onde o pensamento focado no todo, e não nas partes individuais que compõe esse todo, seria solução para a crise paradigmática da sociedade pós-moderna. porém para isso é fundamental que cada um consiga implantar essa teoria em sua própria vida. é justamente nesse ponto que se encontra o maior problema desse novo método, uma vez que mesmo os principais personagens do filme não tiveram êxito em tal tarefa.

"Novum Organum", Francis Bacon

Assim como Descartes, Francis Bacon em sua obra “Novo Organum” propõe novas ferramentas para os homens desprenderem-se do conhecimento metafísico e fazer ele mesmo uma compreensão do real. O plano de bacon era produzir novos caminhos para a verdade, aplicando-os aos estudos da natureza.
Ele buscava uma metodologia cientifica em forma de pesquisa experimental e pensamento indutivo. Visava uma Análise sistemática dos fenômenos naturais, que por meio de métodos experimentais seria possível utilizar a indução para formulação de conceitos verdadeiros.
Palavras chaves para o pensamento de bacon são: pesquisa experimental e pensamento indutivo empirista, deixando claro em seu texto uma critica aos ídolos (“preconceitos e noções falsas que dificultam a percepção da realidade”).
Dessa forma, ao longo de “Novo Organum” fica clara a idéia de que o ideal seria perder os hábitos viciosos da mente para assim poder fazer uma análise intelectual própria e concreta..



"O discurso do Método" René Descartes.

Dedicando-se a diferentes frentes de estudo e com o conhecimento de diferentes culturas, Descartes pode ter uma forma específica de analisar a filosofia e estudá-la, propondo para isso uma forma mecanicista de interpretação e analise. Sendo assim, o método de estudo é fundamental para uma boa interpretação. É necessária uma filtragem, separando o útil do inútil, o necessário do desnecessário, para assim se chegar a melhor analise possível sobre determinado estudo.
Tal racionalidade deve ser aplicada para evitar a alienação e o senso comum. Aplicada de forma correta, tal metodologia de estudo pode ser aplicada em qualquer área, tendo ainda hoje incalculável importância para o maior aproveitamento possível de qualquer conteúdo.



Especializar para unir

Em "A divisão do trabalho social", o principal aspecto discutido por Émile Durkheim na divisão do trabalho é seu efeito moral: a solidariedade coletiva. Por ela, trabalhadores de baixos níveis sociais se resignam a continuar com seu labor desprestigiado e estabelece-se uma consciência coletiva. Essa une diferentes classes sociais em busca de um complemento (por exemplo: os burgueses precisam do trabalho do proletariado, e o proletário precisa do capital burguês). Essa solidariedade coletiva pode ser vista externamente como mera forma de controle; mas para Durkheim, é uma forma de manter a sociedade coesa. Já a consciência coletiva cria modelos de comportamento e, consequentemente, o Direito. As leis são a manifestação observável dessa solidariedade, e o crime é o ato que contraria a consciência coletiva. O Direito Penal é repressivo. Já o Civil, o Processual, o Administrativo e o Comercial são restitutivos.
A solidariedade social (abandonando o sentido filantrópico da palavra) vai além do aspecto econômico. Vincula indivíduos, em busca de um objetivo comum, que outro modo viveriam separadamente. Assim, a divisão do trabalho é condição para que a sociedade exista.
A família é a microsociedade que irradia a forma primordial da divisão do trabalho. Através de sua divisão sexual do trabalho, a sociedade passou a diferenciar o trabalho sexualmente. Daí conclui-se que, para que hoje exista divisão econômica do trabalho, é necessário que tenha existido diferenciação social. E para que todos sobrevivam (dentro da necessária formação social), aceita-se cada qual em sua função - o que aprofunda as diferenças.
Em sociedades mais primitivas, há menor diferenciação social. São baseadas na organização de clãs (com origem familiar), na qual é característica a solidariedade mecânica (imposta pela coletividade) e o direito predominante é o repressivo.
Nas sociedades complexas há maior diferenciação social (e, consequentemente, maior divisão do trabalho) e são baseadas numa organização que vai além dos grupos familiares (instituições de maior coletividade), na qual predonima a solidariedade orgânica e o direito restitutivo (restaura-se a ordem). Durkheim explica as sociedades complexas como contratos individuais que se baseiam no estado de consciência coletiva, ou seja, a estrutura socio-jurídica é reflexo da "opinião geral" sobre comportamentos.

"Evolução" científica

Em "Curso de filosofia positiva", Augusto Comte caracteriza o positivismo como a defesa do método, o distanciamento entre observador e objeto estudado, a objetividade científica. Critica conceitos abstratos que parecem ser científicos, usando como exemplo a psicologia, pois haver psicólogos que leram Bacon e Descartes não constitui ciência objetiva de conclusões concretas.
O autor institui o positivo como etapa final da compreensão de mundo. Declara que é necessário que o homem passe pelas etapas teológica e metafísica, porque são maneiras de se enxergar e explicar o mundo. Deus e a natureza serem explicações últimas de fenômenos demonstram tentativa de entendimento, o que é indispensável para se estabelecer o regime científico do positivismo (sendo Bacon, Descartes e Galileu precursores do mesmo).
De acordo com Comte, a sociedade industrial só pode ser compreendida pela física social, que completa os fundamentos da ciência moderna. A física social é posta como parte de todo o conjunto da ciência, necessária para o entendimento social e dependente do conhecimento de todas as outras áreas (menos importantes, na hierarquia "evolutiva" de conhecimento do autor). Apenas fundamentando-se em todas as outras áreas do conhecimento, o físico social pode tirar conclusões seguras de seus estudos.
A proposta positivista se baseia, fundamentalmente, em: conhecimento das leis mais gerais, sociais, chamadas "leis lógicas" dos fenômenos, sendo a estática as condições orgânicas (individuais) e a dinâmica o fluxo social efetivo (espírito coletivo); instaurar uma educação geral, destruindo a divisão da ciência em ramos independentes; combinação de conhecimento de várias áreas da ciência para a construção de um conhecimento científico de fato, positivo; e acabar com a "anarquia intelectual", gerada pelo convívio das três filosofias diferentes (teologia, metafísica e positivismo) pela instituição da filosofia positiva.
Para Augusto Comte, a desordem político-social decorre da desordem intelectual. Portanto, é preciso fixar a teoria positiva para que não haja mais revoluções intelectuais e, consequentemente, sociais. Para fixar o positivismo, embora possa levar muito tempo, o autor defende a redução do número de possibilidades de explicação para os fenômenos pelo apreço ao método, até que um dia se chegue a apenas uma aceitável.
Comte explicita a importância da teoria como interpretação do mundo e da prática como transformação da natureza e diferencia a ciência (teoria) e a técnica (aplicação). Para superar sua fragilidade física, o ser humano alia a teoria à prática na forma da engenharia. Mas a teoria é posta como a base racional do conhecimento positivo, já que a filosofia positiva busca as leis do universo mais do que vislumbra o mundo concreto.

Manifesto Comunista

O Manifesto Comunista começa falando sobre a luta de classes na história, que sempre existiu um conflito entre classes opostas inerente à época. O que no tempo do Manifesto é o embate entre burgueses e proletários, antes esteve representado nas diferenças entre nobres, servos, clero, ou regressando ainda mais na história: escravos, plebeus e patrícios.
A burguesia já é velha em guerras, antes de dominar a sociedade, esteve também oprimida. Porém através de muito esforço, conquistou seu espaço e ascendeu ao poder. Aquela que era antes o objeto de exploração de tributos reais, antes terceiro Estado, é agora a classe dominante, ela detêm o poder político-econômico. Marx ressalta o aspecto revolucionário da burguesia, e afirma que ela deve estar sempre revolucionando os instrumentos de produção.
O proletariado é de onde é retirada a riqueza da burguesia. Da mais-valia explorada sobre seu trabalho, enriquecem o senhor fabril. Criando um abismo entre o proletariado e o burguês, e ainda diminuindo aqueles que existiam entre os dois extremos, capitalismo intensificou a luta de classes. O capitalismo criou a classe à qual sucumbirá.
É interessante a forma como a burguesia é descrita, se fosse lido somente o começo, isolado do resto, daria uma ideia de exaltação de seus feitos, quase como os trovadores medievais enaltavam um evento em seus canções. Esse tom que beira a exaltação converte-se para o proletariado, mas agora de fato é uma exaltação, um enobrecimento de sua missão.


A Humanidade acima do homem

Ao longo da Terceira Parte do Curso de Filosofia Positiva de Auguste Comte entra-se em contato com visões particulares do autor acerca de seu positivismo relacionado a questões do social (agitação política, classes sociais, moral religiosa e a busca pela felicidade).

Comte disserta a respeito da necessidade de uma reforma das mentalidades como forma de substituir a anarquia intelectual, que é fonte da estéril agitação política. Para tanto seria necessária a superação de conflitos relacionados à intensa especialização cientifica em nome de uma visão que privilegie o todo, despertando, assim, uma visão de conjunto e uma educação universal.

A visão do autor quanto às classes sociais é a de defender a manutenção dos lugares sociais. Existem duas ordens de inteligência (empreendedor e operador direto), de maneira simplificada, a primeira pensa, enquanto a segunda executa. Ocorre uma substituição da perspectiva de participação no poder político por uma “indispensável participação contínua no poder moral” para o proletariado (considerado como tabula rasa pelo autor por ter maior predisposição a educação positiva).

Congruente a manutenção dos lugares sociais a moral resultante da experiência positivista (moral essencialmente humana), traz a sobreposição da sociedade em relação ao individuo (“homem propriamente dito não existe, existindo apenas a Humanidade”), preceito contrario ao da moral cristã, que coloca como finalidade do individuo a busca pela salvação (pessoal) e coloca o bem publico como objetivo final da busca pela felicidade, dando maior importância a essa felicidade relacionada ao bem publico do que à felicidade de ordem pessoal.

É possível notar nesse discurso de Augusto Comte que seu ideal de Humanidade, de primazia da sociedade sobre o indivíduo, de busca da felicidade no bem publico vem paulatinamente sendo substituído por um forte individualismo reforçado pelo incentivo da mídia ao consumismo e ao narcisismo.

Mesquinhos e imorais

Ao dissertar sobre a divisão do trabalho, Émile Durkheim apresenta importantes conceitos, como o da solidariedade e da imoralidade coletiva, que colaboram na estruturação de uma visão dessa que não se limita ao atendimento da civilização industrial. Tendo na moral o fator que liga a sociedade na divisão do trabalho, essa, vincula os indivíduos que de outro modo viveriam separados, tornando possível a existência da sociedade.

Sendo função do efeito moral da divisão do trabalho, Durkheim apresenta o conceito da solidariedade como que embutido pela sociedade, a partir do local que cada um ocupa nela e com sentido que vai além da fraternidade ou filantropia em direção à negação de si em privilégio do todo.

Referindo-se as artes, as ciências e a indústria, o autor defende que na medida em que essas se desenvolvem, o individualismo (degradação da organização social) também é reforçado e conforme a sociedade caminha em direção a ele, mais evidente é a imoralidade coletiva.

Analisando-se a sociedade atual sob a ótica de Durkheim, nota-se o quão distante do conceito de solidariedade e o quão próxima do de imoralidade coletiva essa se encontra, pois na busca por uma sociedade solidária, coesa e equilibrada é necessário um individualismo contido, muito diferente do individualismo extremado que se vivencia e que pode, muito bem, se enquadrar em um fato social patológico.

Seguindo o molde invisível


Ao estudar o texto de Émile Durkheim compreende-se que a tese do fato social reflete-se em tudo que expresse a coerção exterior que a sociedade exerce sobre o individuo. O autor também defende que questões passionais e pré-noções obstaculizam a busca pela verdade cientifica dos fenômenos sociais e só quando a razão prevalece em detrimento da emoção é que se alcança uma forma superior de compreensão e interpretação das coisas.

Segundo o autor não existe fenômeno observável, decisão, que seja de ordem individual (salvo fenômenos como a loucura por degeneração do organismo), sendo todas as formas de comportamento, sentimentos, pensamentos e acomodação às regras que se tomam como resultantes de vontade individual, nada mais que fruto de uma dinâmica social que os orienta e predispõe. Mesmo aqueles que demonstram resistência a essa dinâmica logo recebem a reação punitiva por não se adequarem as regras impostas pela sociedade. Dessa forma, os indivíduos inseridos na sociedade acabam por seguir, involuntariamente, um modelo invisível de comportamento.

Como expoente da sociologia moderna, além de trazer uma reflexão quanto aos caminhos a serem seguidos e as características criadas pelos indivíduos para a sociedade que os cerca, Durkheim, influenciado por Augusto Comte (sem deixar, contudo, de contestá-lo em certos pontos) deixa, como importante legado, sua adaptação do positivismo de Comte ou o pós-positivismo.

Filosofia Positiva como arremate


Durante a análise das duas primeiras lições do curso de filosofia positiva de Auguste Comte é possível notar a relação estabelecida entre o autor, Bacon e Descartes, não só pela influência que esses dois últimos tiveram sobre o primeiro (“todos os bons espíritos repetem, desde Bacon, que somente são reais os conhecimentos que repousam sobre fatos observados”), como também pelo fato do estudo da filosofia positiva ser entendida pelo autor como o fechamento de um ciclo de ideias acerca da ciência iniciado por Descartes e Bacon.

Como ideias introdutórias da filosofia positiva tem-se a marcha efetiva do espírito humano, que descreve o desenvolvimento da inteligência humana em suas diversas esferas de atividade através da lei geral de que nossos conhecimentos passam sucessivamente por três estados históricos diferentes: o teológico, o metafisico e o positivo (dois primeiros necessários para se alcançar o ultimo e “verdadeiro estado definitivo da inteligência humana”).

Como também se percebe nos dias de hoje, Comte encontra na extrema especificidade (“excessiva particularidade das ideias de que se ocupa exclusivamente cada inteligência individual”) um inconveniente da divisão do trabalho intelectual (principio cartesiano de fragmentar para melhor solucionar) e, para tanto, encontra na criação de uma nova especialidade a solução para esse inconveniente: a especialidade do estudo das generalidades.

Comte acredita que as crises sociais e politica derivam de uma anarquia intelectual e que através do estudo da física social e a consequente busca pela redução de leis gerais dos fenômenos alcançar-se-á a ordem (“enquanto as inteligências individuais não aderirem, graças a um assentimento unânime, a certo número de ideias gerais capazes de formar uma doutrina social comum, não se pode dissimular que o estado das nações permanecerá, de modo necessário, essencialmente revolucionário”).

O conjunto de ideias analisados nas duas lições mostram o grande legado da filosofia positiva de Comte para a ciência como um todo além de comprovar a ideia de que seu estudo serve de arremate para o discurso de Descarte e os preceitos de Bacon.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

O Manifesto Comunista

Postagem sobre o texto 9 – O Manifesto Comunista
O Manifesto Comunista, feito por Karl Marx e Frederich Engels, foi publicado pela primeira vez em 1848, com uma linguagem de fácil entendimento e uma estrutura simples. Ele não é uma obra científica, mas sim um panfleto político, que apresenta as idéias em que os revolucionários da época (Marx e Engels)acreditavam. Nele estão presente as idéias das lutas de classes, as contradições do capitalismos, enfim necessárias para a compreensão das transformações sociais.
O Manifesto fala de ontem mas parece dizer de hoje, poderias estar nos jornais atuais. O poderio do capital que submete o trabalho é anunciado e nos faz pensar no agora do revigoramento neoliberal: nos últimos 40 anos deste século XX, foram produzidos mais objetos do que em toda a produção econômica anterior, desde os primórdios da humanidade. Até mesmo a revolução tecnológica e científica a que assistimos hoje, cujos ícones são os computadores e satélites e cujo poder hegemônico é a burguesia, não passa de continuação daquela descrita no Manifesto. Ou seja há um elogio ao dinamismo da burguesia. O capitalismo também é ressaltado como um pensamento revolucionário, pois acabou com a prevalência do poder monárquico e do poder religioso. Mas Marx também afirma que a burguesia é um tipo de bruxo que perdeu controle sobre os seus próprios poderes. O desenvolvimento das forças produtivas estavam tomando um caminho de animalização do homem, de superexploração. “As armas com as quais a burguesia derruiu o feudalismo voltam-se agora contra a própria burguesia.”
O texto também aponta que “ a burguesia não forjou apenas as armas que lhe trazem a morte; ela produziu também os homens que portarão essas armas –os operários modernos, os proletários” já que são eles os explorados pelo sistema que deverão fazer a revolução. Também com a intenção de os unir o partido comunista é relacionado no texto à outros partidos e movimentos, mostrando alguns objetivos comuns a eles, como o desejo pela queda da superioridade do poder da burguesia, e conseqüentemente a passagem do poder político ao proletariado. Sendo que com a intenção de emocionar para a luta termina triunfalista e animando com a célebre frase: "PROLETÁRIOS DE TODOS OS PAÍSES, UNI-VOS !"

Idéias Socialistas

Postagem texto 10 - Do Socialismo Utópico ao Socialismo Científico
A revolução industrial iniciada na Grã-Bretanha, no século XVIII, estabeleceu um tipo de sociedade dividida em duas classes sobre as quais se sustentava o sistema capitalista: a burguesia, e o proletariado. A burguesia, formada pelos proprietários dos meios de produção, conquistou o poder político na França, com a revolução de 1789, e depois em vários países. Nessa ocasião o modelo capitalista se afirmou ideologicamente com base nos princípios do liberalismo.
A grande massa da população proletária, no entanto, permaneceu inicialmente excluída do cenário político. Logo ficou claro que a igualdade jurídica não era suficiente para equilibrar uma situação de desigualdade econômica e social, na qual uma classe reduzida, a burguesia, possuía os meios de produção enquanto a maioria da população não conseguia prosperar. Desse modo no século XIX, diferentes pensadores tentaram refletir sobre os problemas causados pelas sociedades capitalistas em desenvolvimento. Aí então surgiram as idéias socialistas.
Os chamados socialistas utópicos deram os primeiros passos no desenvolvimento das teorias socialistas. Os seus principais representantes são Robert Owen, Saint-Simon e Charles Fourier. Entre eles, podemos perceber claramente a construção de uma sociedade ideal, onde se defendia a possibilidade de criação de uma organização onde as classes sociais vivessem em harmonia ao buscarem interesses comuns que estivessem acima da exploração ou da busca incessante pelo lucro.
Já Karl Marx e Friedrich Engels, desenvolveram posteriormente o Socialismo Científico, e expõem em uma de suas obras: "Do Socialismo Utópico ao Socialismo Científico" (1880) a diferença entre esses dois tipos de socialismo e críticas ao socialismo utópico. Pois para eles, o socialismo utópico projetava uma sociedade sem antes devidamente avaliar as condições mais enraizadas que constituíam o capitalismo. Com isso, ambicionavam definir a natureza do homem e, a partir disso, indicar o caminho entre a harmonia e os interesses individuais. E apesar de Marx e Engels enaltecerem os utópico pelo seu pioneirismo, eles defendem uma ação mais prática e direta contra o capitalismo através da organização da revolucionária classe proletária.

Positivismo de Comte

Para Comte, as instituições de seu tempo são transitórias, por sofrerem forte influência da Igreja e da filosofia metafísica, e estão marcadas pela “anarquia” intelectual.

Nesse contexto, o Positivismo viria para por ordem nessa “anarquia”, servindo como um processo de reforma das mentalidades. No entanto, uma dificuldade para se implantar o regime positivo foi encontrada dentro do próprio grupo de cientistas, uma vez que, muito especializados em determinados assuntos, não conseguiam enxergar o beneficio para o todo da ciência. A solução para isso seria uma educação universal, que possibilitaria uma “visão de conjunto”.

Na educação das classes superiores, existe uma predominância do metafísico e do literário, e carência do elemento positivo. Dessa forma, reproduz-se o tipo social próprio da antiguidade, possuidor de aversão pelos trabalhos manuais. Para Comte, isso gera uma inaptidão para a vida real, uma vez que se coloca a estética acima do útil.

Propõe-se uma instrução pública positiva, estendida também ao proletariado, pois os positivistas acreditam que essa classe possui maior predisposição à educação positiva, uma vez que não foram doutrinados pelo ensino metafísico (chamados de “tábula rasa”).

O saber positivo afastaria os trabalhadores da ambição material e da anarquia, reforçando o gosto pelos trabalhos práticos e a aceitação pelo “lugar social” a que pertencem. Para Comte, a política popular adequada, ligada aos interesses reais do proletariado, só é possível com o Positivismo, pois ele rompe com a vontade de participação política. Já o estudo metafísico não seduz as massas porque não consegue satisfazer suas necessidades essenciais. O Positivismo concentra-se na vida real, e afasta-se das ilusões.

Ao invés das discussões dos direitos, a apreciação dos deveres essenciais; ao invés da posse efetiva do poder político, a continua participação do poder moral (poder moral = exigir aos governos o cumprimento de deveres essenciais).

Embora o cristianismo tenha sido importante para universalizar a moral (moral politeísta transformada em monoteísta), é um obstáculo no avanço das ciências modernas. A moral religiosa tem como objetivo a salvação individual, pessoal, e a sociedade é um mero aglomerado de indivíduos reunidos ao acaso. Ou seja, ela não acredita na “função social” como a filosofia positiva, que prevê a sociedade como ente maior que o indivíduo. A solidariedade é o centro da organização social para o positivismo (“ligação de cada um a todos”).

Para os ideais positivistas, a felicidade está associada ao bem público, que se sobrepõe ao parâmetro pessoal de felicidade (felicidade deixa de pertencer à dimensão sobrenatural e passa à dimensão terrena).

Para Comte, a implantação do positivismo levaria à formação de uma moral essencialmente humana, neutralizando as “divagações religiosas”, como por exemplo, o divórcio. O positivismo realça o aspecto humano da moral porque associa inteligência e sociabilidade, estimulando as relações da vida social.