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segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Entre Weber, Eduardo Alves da Costa e Paulo Freire

O que você mais deseja agora? Pense. Repense. Se for algo material, meus parabéns, você aprendeu o que quiseram que você tivesse aprendido. Weber em sua análise do direito no capitalismo já dizia que o predomínio das determinações do mercado define o “justo”, o “natural” pela concorrência.
O que é felicidade para você? Olhe as propagandas, imagine-se possuindo aquilo que deseja: felicidade. O que esperar de uma sociedade em que uma loja de eletrodomésticos tem em seu logo “vem ser feliz”? E os vendedores apresentam mil melhorias do modelo do ano passado. Ele fala de “volts”. Ele fala de “watts”. Ele usa da linguagem técnica para convencer que a necessidade daquele produto é iminente e a legitimação ocorre por esse meio, o utilitarismo é recorrente: vou comprar.
O que você espera de um candidato à presidência? Uma vez certo líder prometia a uma massa de operários “quero que cada trabalhador possa ter um fusca”. As condições salariais são terríveis, as escolas abandonadas, as balas perdidas e os presídios lotados. Mas você quer ser proprietário. Você não quer revolucionar o sistema, quer ser visto, adorado, protagonista.
Apatia. Eduardo Alves da Costa, dominado, fez:
“Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem;
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.”
E mesmo Eduardo fazendo, Maiakósvski, dominante, ganha o brilho.

Paulo Freire já trouxe a verdade: “Seria uma atitude ingênua esperar que as classes dominantes desenvolvessem uma forma de educação que proporcionasse às classes dominadas perceber as injustiças sociais de maneira crítica”. Se quem cala, consente, você está sendo o dominante ou dominado? 

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