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segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Código de conduta

 Um homem andava pela rua e vê uma bela moça seguindo a seu rumo, ao cruzarem-se este acredita ser uma boa idéia chama-la de “gostosa”, com o fim de expor em voz alta sua opinião a respeito da beleza da moça, utilizando-se de termos vulgares e realizando uma ação social.
Como já teorizava Weber toda a ação é feita com uma finalidade (mesmo que no caso deste adulto houveram práticas animalescas e repugnantes como este tipo de abordagem), como no ocorrido o fim de declarar seus pensamentos a respeito da aparência da mulher em questão, mas tal ato é estruturalmente guiado tanto pela ação tradicional quanto afetiva.
Percebe-se a ação tradicional deste homem, por conta da sua conduta totalmente guiada pelos costumes, não é difícil verificar o quanto o sistema social das sociedades modernas é machista, logo é de costume tratar a mulher como um mero objeto de prazer ao homem, por isso este se vê na liberdade de abusar verbalmente de uma mulher para expressar os sentimentos, sem raciocinar sob os seus atos e interferências na vida alheia. Afinal a estrutura machista protege este tipo de ação tornando-o habitual e aceitável por mais tosco que seja.
E a ação afetiva é verificada pois o rapaz foi guiado pelos seus sentimentos instantaneamente ao ver a jovem, acreditando que o quê fez é um mero elogio, algo o qual acredita ouvir no futuro um “obrigada” da jovem, com o fim de expressar seus sentimentos, não utilizando da racionalidade formal que utiliza-se de formas metódicas e calculistas. Se estivesse racionalizando de maneira formal analisaria que uma mulher tem igualdade civil a de um homem, que o tipo de abuso que ele fez é um crime, que o seu ato é opressor e ofende um ser humano. Ao invés disso racionalizou de forma substantiva, quando o contexto social foi levado em consideração, a disposição dos valores da sociedade machista em que vive gritaram mais alto.
Mesmo com toda essa análise o homem empregou sua ação social sobre a jovem, mas não atingiu o seu objetivo, pois abuso continua sendo abuso independente das intenções, uma frase célebre trata disso: “O inferno está cheio de boas intenções”, a moça continuou seu caminho ignorando o rapaz, ele é só mais um alienado que cresceu e aprendeu dentro de tais valores e reproduz esse tipo de pensamento, a vítima então percorre sua jornada até trombar em outro ser da mesma espécie e como sempre torcendo para chegar a seu destino sã e salva.
Weber teorizou as ações sociais e as subdividiu de forma esplêndida como sociólogo, mas deve-se sempre analisar suas origens mesmo que infinitas e suas consequências no ambiente social questionando sempre as condutas, verificando o contexto histórico, econômico social como foi feito por Max Weber.


Alexandra de Souza Garcia 1° Direito/Noturno

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