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segunda-feira, 25 de setembro de 2017

A forte ligação entre religião, cultura e economia em uma sociedade capitalista

  O estudo dos sistemas econômicos está diretamente ligado ao estudo da cultura e da religião de uma certa nação, em uma certa época. Weber fez essa ligação de forma brilhante em sua obra "A Ética Protestante e o Espírito Do Capitalismo” onde assimila a ascensão do capitalismo com os ideais propostos pela Reforma Protestante.
A Alemanha foi palco do estopim da insatisfação do povo com o regime proposto pela Igreja Católica. Dentre as 95 teses fixadas por Martinho Lutero contra o regime, muito se fala sobre a cobrança de indulgências e abusos cometidos por Roma, mas existe um fator econômico crucial que incentivou a mudança.
O Catolicismo pregava a salvação mediante o pedido de perdão, a confissão, e as “boas ações” como garantias de um lugar nos reinos do céu. O trabalho deveria ser exercido apenas para a subsistência e devia-se evitar ao máximo os luxos e exageros. Não havia espaço para o acúmulo de bens, isso retardava a evolução científica e o desenvolvimento econômico dos países.
Com a Reforma implantada, muita coisa foi modificada nos principais países adeptos, como a Alemanha, Holanda, Bélgica e Inglaterra. O Calvinismo, religião protestante fundada à época, possuía ideais bem discordantes com os ideais católicos. Segundo ele, os homens eram predestinados à salvação. O trabalho era uma forma de glorificar-se, e quanto mais sucesso e poder aquisitivo conquistado, mais Deus estaria mostrando que você é um “merecedor”.
O trabalho também mantinha o homem longe dos vícios e pecados mundanos, como a preguiça e a luxúria. O lucro arrecadado não deveria ser gasto com futilidades, e sim, guardado como uma homenagem e agradecimento à Deus.
A atitude separada de cada indivíduo da sociedade, motivada pela cultura e ideologia propagadas pela crença, consegue modificar a economia de um país inteiro. Esta ação social origina uma dominação filosófica, ou seja, a fixação de um pensamento na sociedade, que dificilmente será alterado. Tal dominação pode ser: Racional (considera as normas e a burocracia), Tradicional (motivada por um comportamento que está na raiz dos indivíduos) ou Carismática (motivada pela devoção dos dominados perante um líder ou uma crença)

Dessa forma, houve o desenvolvimento dos países ocidentais capitalistas. O resultado é visível até os dias de hoje. OS EUA, O Reino Unido, a Alemanha e os Países Baixos são grandes potências mundiais, enquanto países que mantiveram suas raízes católicas, como Portugal, Espanha e Brasil, apesar de terem evoluído seus meios de produção, não conseguem se equiparar aos países de caráter Protestante, mantendo até hoje um status emergente.

Yan Douglas A. Teles - 1º Ano - Direito/Noturno

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