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domingo, 13 de agosto de 2017

Progredir e/ou conservar?

O Positivismo, fundado por Augusto Comte, exerce uma forte influência ainda hoje, uma das provas disto é a frase “Ordem e Progresso” estampada na bandeira brasileira. Apesar da absorção de valores positivistas em nossa sociedade e grande reconhecimento dessa doutrina, é impossível negar certas contradições e hipocrisias, seja com seu próprio fundador, seja com os que se apropriam dela. Das quais notei, destacarei duas a seguir.
A primeira é que Comte propõe uma reorganização completa da sociedade, com uma reestruturação intelectual, mas não toca na revolução das instituições sociais, legitimando a exploração e a divisão de classes, ou seja, ele acreditava no progresso e na mudança, mas parcialmente, pois continuava com uma visão dogmática e conservadora.  A segunda é que ele fala sobre uma evolução histórica e cultural da humanidade, com três estados, dos quais o teológico ou fictício seria o inicial e consequentemente menos avançado, e o científico ou positivo seria o mais desenvolvido, no entanto, em certo estágio de sua obra ele dá traços religiosos a sua teoria, criando até mesmo uma seita, a Religião da Humanidade.

Quanto a primeira crítica, é notável que ela não desapareceu com Comte, na verdade,  parece ter prosperado com aqueles que se utilizam de sua corrente teórica para pregar ideias conservadoras progressistas. Porém, uma preocupação social apareceria mais intensamente em correntes posteriores a Comte, logo, podemos reconsiderar, até certo ponto, esta questão em sua obra. A respeito dos pregadores do positivismo atualmente, é admirável, e triste, a devoção nessa teoria.

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