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sábado, 5 de agosto de 2017

Equilíbrio necessário em tempos fundamentalmente racionalizados.

Considerando-se que, atualmente, posicionamentos feitos com certo rigor na maioria das vezes abarcam mais concordância geral frente àqueles cuja rijeza não se faz valer, é possível abrir questionamentos acerca da utilização da razão e sua metamorfose conseguinte.
Seja em discursos políticos, opiniões sobre causas sociais ou até econômicas, tal transformação utiliza-se de elementos permeados por radicalismos e preconceitos, de modo que a razão, antes tida como elemento precursor para a quebra com a opinião simplória e não embasada, como afirmaram Descartes e Bacon, torna-se nada mais que um achismo travestido com suposto cientificismo.  
Faz-se, então, valer a opinião, que concorre para interromper e extinguir as investigações, repetindo falhas passadas, apontadas por Bacon como presentes na dialética; em nada modificando o andamento das coisas, mais servindo para firmar os erros do que para descerrar a verdade. 
Contudo, uma ruptura radical com o que nos foi ensinado despindo seu valor não se mostra solução cabível, embora o mau uso das mais variadas ciências para incutir chavões preconceituosos sugere que o façamos. Sendo assim, há o impasse entre a confiança cega nas ciências como instrumentos libertadores e sua idolatria, contra sua descrença e anseio por algo realmente novo.
Talvez a palavra adequada seja o equilíbrio entre os caminhos. Não que haja medida ideal para o uso da razão, ou então limite ou impedimento para sua presença, mas sim uma maior reflexão acerca de sua importância, não reduzindo-a a mera ferramenta justificativa utilizada como sustentáculo de posicionamentos pessoais, por vezes até egoístas.
Também há de se questionar uma separação brusca sugerida por Bacon, de que haja, finalmente, dois métodos: um destinado ao cultivo das ciências, motivado pela impaciência ou insegurança em compreender mais profundamente o outro método: o da  descoberta científica, sem o uso das descobertas já feitas. Afinal, descobertas já feitas têm sua importância, não cabendo aos atuais excluí-la ou ignorá-las, mas sim se preocuparem com a vitória sobre as grandes questões motrizes da humanidade, secundarizando caprichos pautados em discussões vencidas graças a - parafraseando Francis Bacon - opiniões elegantes e prováveis, de modo que ocupem-se em conhecer a verdade de forma clara e manifesta.


Rúbia Bragança Pimenta Arouca
1º ano Direito diurno

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