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domingo, 13 de agosto de 2017

A repercussão do Positivismo na atualidade

O Positivismo foi uma corrente filosófica que surgiu durante o século XIX, em meio a emergência de uma elite burguesa às luzes do Iluminismo. Podemos dizer que, basicamente, essa corrente usava dos pilares lógicos das ciências exatas para uma análise da sociedade. Assim, seu precursor, Auguste Comte, acreditava que como as forças naturais eram regidas por leis que poderiam ser previstas pelo homem, as forças sociais seguiam essa mesma linha de raciocínio. Mas a relevância desse pensamento não se restringiu somente aos séculos passados, os fundamentos do positivismo podem ser facilmente identificados na sociedade atual, enraizados na forma de pensar e agir de grande parte da população.
Para começar a ilustrar tal realidade, podemos analisar os vários traços positivistas no decorrer da própria história brasileira. Temos já na Proclamação da República uma influência muito forte do positivismo, e como sabemos, o maior reflexo de tal se encontra estampado na bandeira brasileira que contém a frase “ordem e progresso”. O dizer expressa uma das principais ideias da corrente que prega que a manutenção do sistema é essencial para a plenificar a razão, dessa maneira a ordem se torna pressuposto do progresso. Anos após, a ditadura militar, extremamente inserida nesse pensamento, se mostra capaz de atrocidades na tentativa de manter a ordem no país.
No nosso cotidiano as ideias positivistas se encontram em praticamente todos os aspectos de nossas vidas, querendo ou não. A educação, o trabalho, a família e a cultura são exemplos de instituições que, a grosso modo, pregam para uma ordem estática, conservadora, criando determinada moral que será incorporada pela grande parte dos indivíduos, sendo usada como um “molde” para o agir deles. O problema desse mecanismo é que essa moral é incorporada sem questionamentos e tudo que se encontra fora dela, o “anormal”, é visto como uma ameaça para o bom funcionamento da sociedade.

 Tal forma de pensar é extremamente nociva, uma vez que pelo fato do positivismo buscar somente as causas imediatas sem ter muita preocupação com fatores tidos como secundários, seu alcance é curto devido a uma compreensão tão limitada. Com um conhecimento tão restrito, abrem-se espaços para a propagação de preconceitos e noções falsas, numa tentativa constante de combater tudo que está fora da normalidade. Assim os questionamentos e as novas realidades, que precisam de atenção, são duramente reprimidos afim de se conservar pensamentos arraigados na moral coletiva. Devemos então questionar se a felicidade - razão última do positivismo, voltada para o equilíbrio e estabilidade -  será efetivamente alcançada dessa maneira.

Érika Luiza Xavier Maia 1º ano Direito Noturno

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