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sexta-feira, 11 de agosto de 2017

A consolidação de preconceitos existentes na ordem social à educação metafísica.

            Augusto Comté, filósofo francês nascido em 1798, consolidou sua teoria sobre a filosofia positiva há mais de um século. No entanto, tal teoria ainda consta em nosso século e é presente até em pensamentos políticos de nossos líderes nacionais. Em uma de suas observações, Comté deixa sua preferência pela observação direta através da ciência, para a previdência do ato e efetuar sua ação. Em tal linha de raciocínio, aplica-se consubstancialmente a supervalorização das ciências técnico-científicas, concretizadas no positivismo, enquanto evolutivas para a humanidade em detrimento das ciências humanas, e se trazido para o mundo contemporâneo, relaciona-se com preconceitos e esteriótipos vivenciados em diversas profissões e cursos especializadores que tem como base a educação metafísica.
            Para o filósofo, assim como para muitos preceptores do poder, as ciências humanas são vistas como perigosa, porque trazem a tona nos seres humanos sentimentos de transformação e melhora, que apesar de objetivar o avanço, precedem contrariedade às leis naturais e o modo de atuar a que estamos familiarizados. Tal ideia tende a ser lógica, vez que se torna descomplicado agir sobre o preceito de reinserir o indivíduo na normalidade, e não mudar um sistema que é passível de falhas. A naturalização de itens antes errados não sustenta o positivismo de manter a aptidão de agir, estática, e, dinâmica, a ação efetiva. Além disso, quando há mudança – tal termo é o único possível empregado ao relatar o Brasil, visto que até hoje nenhum movimento antes ocorrido pode ser considerado revolucionário – na ordem, ela é muitas vezes feita pelos próprios governantes, para que se possa a todo custo “desestabilizar dentro dos padrões”.
            Através disso, se transfere à tona a subestimação dos cursos de humanas em nossa sociedade, com diversas sátiras e ironias, e até mesmo com repreensão da família na escolha desses curso pelos descendentes. Bordões que valorizam o dinheiro que tais profissões muitas vezes não conseguem trazer, até mesmo pela falta de reconhecimento somada ao fator de serem menos voltadas para a indústria para o modo de produção aplicado, acabam por reprimi-las do convívio social e são deixadas de lado. É o caso da reforma do ensino médio, que proporciona aos alunos escolherem cursos dos quais tem mais aptidão, e eliminar matérias até então obrigatórias, como Sociologia e Filosofia, que se analisadas com mais clareza englobam não só a profissão que o estudante seguirá, mas também sua convivência e relação com outros à sua volta até mesmo no trabalho.
            Dessa maneira, a teoria proposta por Augusto Comté proporciona muitas reflexões à temáticas tão implícitas no mundo contemporâneo que passam muitas vezes despercebida. A consideração deixada neste texto consiste na superestimação das ciências focadas no trabalhador eficiente enquanto “gorila domesticado”, tal como explicita Taylor, que age maquinalmente e não questiona a sociedade e a sistemática inserida, acarretando a longo prazo a disfunção do pensar criticamente, tornando a educação metafísica algo banal e subestimado.

Michelle Fialkoski Mendes dos Santos - 1° ano Direito Diurno

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