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terça-feira, 8 de novembro de 2016

Democracia Racial?

          A herança escravocrata brasileira é traduzida em marginalização, discriminação e descaso para com o negro. Discriminação, pois mesmo com assinatura da Lei áurea, foram excluídos da sociedade, condicionados aos piores empregos, as piores moradias, colocados a “margem” social de maneira desumana. Marginalização por serem vítimas de um sistema policial sem preparação que os persegue, além do sistema carcerário.
          Porém, a sociedade tenta passar a falsa imagem do Brasil como sendo o país da igualdade racial, um “paraíso da igualdade”, onde a convivência e tolerância racial são marcas da sociedade brasileira. Interessante, foi quando o francês Sartre, ministrando uma palestra em uma universidade brasileira, pergunta para a plateia onde estavam os negros, uma vez que  esse “mar de igualdade” não foi expresso no público de alunos brancos.
          Dessa maneira, vemos que a universidade brasileira, principalmente a pública, era composta em sua maioria de alunos brancos, detentores de privilégios que traduzidos na qualidade de ensino, garantia-lhes as vagas, todavia, graças a ações afirmativas, proferidas inicialmente pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro-UERJ e Universidade de Brasília-UNB, parte das vagas foram destinadas a estudantes pardos e negros, ação essa que traduz o mais puro grau de igualdade entre pessoas em condição de desigualdade.
          Embora, partidos como os Democratas-DEM- tentassem tolher essas ações, barradas de maneira inteligente e justa pelo STF, essas ações afirmativas cada vez mais ganham corpo na sociedade, afastando o “fascismo social”.
         Em suma, para alcançarmos a estabilidade econômica é necessário, de acordo com Boaventura, a instabilidade social, ou seja, trazer para o mesmo patamar de oportunidades negros e brancos, pois, assim teremos o fundamento constitucional: Cidadania e objetivo: igualdade racial efetivamente cumpridos.
Lucas Tadeu de Oliveira Aguiar Pereira-Direito Noturno

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