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terça-feira, 6 de setembro de 2016

Machismo e tradição

Max Weber, intelectual alemão considerado um dos fundadores da Sociologia, conceitua: “A ação social (incluindo omissão ou tolerância) orienta-se pelo comportamento de outros, seja este passado, presente ou esperado como futuro. Os ‘outros’ podem ser indivíduos conhecidos ou uma multiplicidade indeterminada de pessoas completamente desconhecidas.”. Assim, ação social é toda aquela que guia-se através de ações de terceiros. Weber diferencia, ainda, quatro tipos ideais de ações sociais para a observação e compreensão das relações humanas.
O primeiro destes tipos é denominado modo tradicional, em que a ação social é determinada por costumes reiterados no cotidiano e que “(...) frequentemente não [passam] de uma reação surda a estímulos habituais”. Exemplo de ação social tradicional seria o machismo, que surge de um modelo de sociedade patriarcal e misógina e sustenta-se inteiramente devido a ações costumeiras que mantêm este padrão. Assim, os demais tipos de ação podem representar uma subversão a este paradigma conservador.
A ação social racional referente a fins, em que “[pondera-se] racionalmente tanto os meios em relação às consequências secundárias, assim como os diferentes fins possíveis entre si”, traduz-se na organização de um movimento feminista em si, que busca, de acordo com a escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie, a igualdade social, política e econômica entre os sexos.
Já a ação social emocional, caracterizada pela influência das paixões pessoais e do estado emocional momentâneo, toma forma em atitudes que refletem a sororidade, ou seja, a empatia e apoio mútuo entre mulheres. Exemplo disso são as histórias relatadas pelo movimento “Vamos Juntas?”, que relata situações em que desconhecidas ofereceram suporte e proteção a mulheres em situação de vulnerabilidade.
A ação racional referente a valores, por sua vez, diz respeito às ações por convicção na moral e nos ideais pessoais, em que o ator resigna-se quanto às consequências de suas atitudes. A paquistanesa Malala Yousafzai, por exemplo, ao insistir na continuidade de sua formação acadêmica num local em que a educação para as mulheres era proibida, acabou baleada. 



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