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terça-feira, 6 de setembro de 2016

A Máquina do Mundo Weberiana

           Situar o homem no mundo, possivelmente, seja das tarefas mais árduas para o intelecto humano. Atribuir significado à existência humana, no entanto, em um mundo marcado por contínuas vicissitudes é fenômeno indelével à ciência sociológica. Nesse sentido, cabe estabelecer um paralelo entre o pensamento de Max Weber, que preconiza, sobretudo, o estudo das ações individuais e o poema “A Máquina do Mundo” de Carlos Drummond de Andrade, considerando o poema mais significativo da história da literatura nacional, e que possui como condão principal a visão do homem moderno, em sua intimidade, para com o mundo. Dessa forma, o presente texto, ainda em que pese a ausência de rigor cientifico, propõe-se a analisar, de forma exígua, o poema em questão à luz do pensamento de Weber, em suas oposições e similaridades.
            O homem que “exausta de mentar” em “A Máquina do Mundo” é o mesmo que endossa por meio de sua individualidade os caminhos que instituições irão percorrer no tecido social, e que de ali em diante irá ponderar os valores de acordo com sua equidade.  Os versos “O que procuraste em ti ou fora de / teu ser que nunca se mostrou / [...] que se consumia numa pesquisa ardente” revelam o momento em que o eu-lírico renega ao que lhe é oferecido pela máquina do tempo, justamente, por constatar as ilusões e instabilidades daquilo que lhe é ofertado. Uma nova ação racional fora lhe apresentado, porém, ao reconhecer que não atingiria seu objetivo.
            O eu-lírico drummondiano ao deparar-se com a máquina do mundo executa, essencialmente, aquilo que fora delineado por Max Weber, ao analisar o objeto e refuta a oferta “gratuita” que se abria, por não se considerar apto a abarcar àquilo que fora oferecido, analisando os fatores expostos, dando relevo a acontecimentos e conexões mentais anteriores em sua epifania e vislumbrando a “constelação de possiblidades” para o futuro, que a recusa iria lhe causar.
            Dessa forma, ainda que em linhas gerais, percebe-se a relação existente entre Weber e Drummond, na medida em que dialogam sobremodo no tocante ao que há de mais íntimo na ação humana, com vistas a evitar “sem roteiro triste périplos”

Paulo Henrique Lacerda – 1º Ano de Direito - Diurno 

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