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domingo, 20 de março de 2016

Desvalorização precipitada



O filósofo Francis Bacon dedicou sua vida a tentar descobrir as “verdades” do mundo, ou ao menos aproximar-se delas. Para alcançar seu objetivo desenvolveu o método denominado “empírico dedutivo”, estabelecendo que ciência só seria aquilo que pudesse ser comprovado empiricamente.
E com o aumento da valorização da racionalidade nos últimos séculos tendeu-se a só considerar como ciência o que é aprovado por esse método. O que valoriza determinadas áreas do conhecimento em detrimento de outras. As mais valorizadas são as ciências exatas e biológicas, pois diversos de seus estudos poderem ser comprovados pelo método “empírico dedutivo”.
Entretanto existem outras fontes de conhecimento que não podem ser comprovadas por esse método e isso não significa que elas estão incorretas e sim que tentam explicar a realidade sobre outra ótica.
Os conhecimentos populares, aqueles que são transmitidos de geração em geração, estão entre os mais desprestigiados. Já que mesmo existindo relatos de sua eficácia seus efeitos não foram testados em um ambiente controlado e utilizando métodos de pesquisas aceitos pelas comunidades cientificas.
Outra área do conhecimento que recebe menos atenção do que deveria é a das ciências humanas, que envolvem pesquisas voltadas a entender as sociedades e o comportamento humano. Sendo assim inviável testar as hipóteses em laboratório.
Essa hierarquia de prestigio está enraizada no pensamento de diversos grupos, principalmente nas sociedades ocidentais, inclusive no Brasil. Essa discrepância pode ser observada com maior ênfase nas universidades onde determinados cursos conseguem arrecadar maiores investimentos públicos e privados para suas pesquisas, enquanto outros conseguem quantias consideravelmente menores.
O método “empírico dedutivo” de Francis Bacon possui grande importância por impor um rigor cientifico e auxiliar na realização de estudos e de novas descobertas. Porém o método apresenta a deficiência de não conseguir comprovar e por consequência não valorizar todos os diferentes estilos de conhecimento. O que provoca desprestigio e atrapalha o desenvolvimento de certas áreas.
João Pedro Costa Moreira
Aluno primeiro ano Direito noturno UNESP

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