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domingo, 9 de agosto de 2015

Weber e o cinema

Max Weber, sociólogo do século XX, é considerado um dos principais representantes da sociologia moderna e possuí influência nos núcleos: economia, filosofia, direito e religião.
Dentro de sua teoria, um dos conceitos mais abordados é aquele que se refere à compreensão da ação social dos indivíduos. Weber baseia-se no individualismo metodológico, ressaltando que, toda ação é individual e não pode ser prevista, pois cada qual age conforme sua autonomia.
Assim, sua teoria não é nada determinista, ao contrário de Durkheim, afirma que o ambiente pode no máximo exercer influência sobre as ações sociais, porém nunca determinando-as.
Após certa ação, os caminhos percorridos e consequentes da mesma (conexões de sentido), não podem ser previstos.

De maneira exemplificativa, alguns filmes podem refletir a teoria weberiana das tipologias de ação. E assim, como afirma o filme "Sr. Ninguém" (Jaco van Dormael, 2009): "Enquanto não se escolhe, tudo permanece possível". Esse, em primeiro lugar, demonstra certeiramente a gama de possibilidades a disposição dos indivíduos, fortalecendo a ideia de que as ações não necessariamente são tipificadas e se excluem, mas complementam-se muitas vezes.

1-Ação racional com relação a fim

"Corra Lola Corra" – filme de 1998, direção de Tom Tykwe. Nesta obra, a personagem Lola deve tomar as decisões corretas para conseguir salvar o namorado de uma ameaça de morte. O filme aborda todas as formas para que a personagem alcance seu objetivo, colocando em cena as consequências de cada tipo de escolha, em um movimento retilíneo de ordem: presente-futuro-passado. A finalidade da personagem, portanto, seria preservar a vida do namorado, e os meios para isso são o ponto de discussão do filme; e é aí, na tomada de decisão, que entra a discussão Weberiana.

2-Ação racional com relação a valor

"Histórias Cruzadas", 2011, dirigido por Tate Taylor, retrata a opção de uma mulher branca, na década de 1960 (período dos Direitos Civis nos Estados Unidos), a construir uma carreira em vez de casar, tendo, portanto, definido sua vida com relação a um valor pessoal, ou a um “contra-valor” (por não ser uma escolha corriqueira no período). Outro momento que reforça a ação racional com relação à valor é aquele que envolve toda a trama, no qual essa mesma personagem decide escrever um livro sobre a vida das empregadas domésticas pela perspectiva delas, culminando, portanto, em uma ação racional com relação a valor: o do desejo de exponenciar a realidade daquelas mulheres oprimidas, sem mesmos direitos que as mulheres brancas.

3 – Ação Emocional

Um filme que carrega ação emocional é “A vida é bela” (Roberto Benigni. 1997). O enredo foca nas decisões tomada por um pai judeu, que, durante o nazismo e todo o procedimento até o campo de concentração, tenta esconder a realidade dos olhos do filho (uma criança), dizendo que tudo não passava de um jogo. As ações são movidas, então, por uma forte carga emocional, um sentimento de proteção e amor, dentro da relação pai e filho.

4-Ação Tradicional

A obra “Abril Despedaçado” (Walter Salles, 2002) é um exemplo de ação tradicional por se passar em um ambiente em que o peso da cultura é marcante. No sertão nordestino, um jovem é motivado pelo pai a vingar a morte de seu irmão mais velho, portanto, todas as suas atitudes deveriam ser pautadas na tradição da vingança, de pagar sangue com sangue.


Afinal, um outro filme ilustrativo da gama de escolhas dos indivíduos (além de "Sr. Ninguém") é “Feitiço do Tempo” (Harold Ramis, 1993). Nessa, um homem é obrigado a reviver todos os dias um mesmo dia de sua vida, e, dessa forma, passa a fazer diferentes escolhas, de acordo com suas vontades, anseios, emoções, valores, sentimentos e finalidades.

Ana Flávia Toller - 1º Ano Direito/Diurno

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