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domingo, 9 de agosto de 2015

Eduardo Cunha, por Weber

A primeira semana de agosto de 2015 em nossa querida terra brasilis não deve deixar de prescindir da análise weberiana. Disponho, pois, nas seguintes linhas, o que parece, a meu ver, mais relevante e necessário para que se execute uma investigação sociológica compreensiva acerca das recentes atitudes de um dos personagens políticos do Poder Legislativo brasileiro. Finalizo com meu parecer, munido da perspectiva weberiana.
O panorama: a gestão Rousseff - cuja última preocupação, a essa altura do campeonato, é a construção de um projeto político consistente para o Brasil - agoniza em meio aos sucessivos golpes aplicados por setores oposicionistas (e sim, oportunistas!), tendo em vista o acirramento da disputa presidencial no último processo eleitoral e a descoberta dos esquemas de corrupção chefiados por integrantes do governo, através da operação Lava-Jato. Não são escassas as articulações com vistas ao impedimento da presidente reeleita no ano passado. Uma das opções que poderiam dar execução a tal processo em termos legais seria a acusação de Dilma por crime de responsabilidade fiscal, baseando-se na aprovação parlamentar da rejeição das contas do governo Rousseff pelo Tribunal de Contas da União (TCU).
O ator social e sua ação dotada de sentido: Eduardo Cunha, que além de presidente da Câmara é, na visão daquele que vos escreve, um estrategista político da mais alta estirpe, levou a cabo, na Câmara dos Deputados e em breve espaço de tempo (curtíssimo, diga-se de passagem), a votação dos pareceres do TCU acerca das finanças dos governos Itamar Franco, FHC e Lula - para dar nome aos bois. Segundo reportagem da edição brasileira online do jornal El Pais (disponibilizo o link abaixo), Cunha alegara a jornalistas que tal procedimento consistiu simplesmente na regularização de determinados assuntos de governo pendentes há quinze anos.
Ainda que o presidente da Câmara tenha assegurado à imprensa uma suposta neutralidade em sua conduta, imprimindo a ela um sentido aparente de responsabilidade profissional, é impossível ignorar, na análise sociológica, o panorama e as circunstâncias nos quais sua ação fora empreendida. De fato, considerando a importância substancial das consequências de sua ação política na possibilidade de responsabilização criminal da presidente Dilma no contexto da iminência de um processo de impeachment, é mais plausível e procedente compreender os atos de Eduardo Cunha como dotados de um sentido político, não meramente técnico, no intento de adiantar o fim do mandato presidencial de Rousseff.

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